COMENTÁRIOS

Queridas mãe,

É sempre um prazer receber e compartilhar seus comentários à respeito dos post x suas experiências e dúvidas, todos sempre são publicados com muito orgulho, mas peço um enorme favor : NÃO MENCIONEM MEDICAÇÕES em seus comentários pois não poderei publicar. Não somos médicas e sim mães. Somente um médico pode receitar medicamentos e às vezes um remédio que é excelente para uma criança não faz efeito em outra podendo causar mais danos do que melhora.
Sei que posso contar com a compreensão e ajuda de vocês.

Obrigada por acreditarem nas minhas palavras e por compartilha-las.

Bj

Vivian Braunstein

PARA REFLETIR

Uma vez Fernanda Montenegro respondeu à Marília Gabriela que ser mãe é não dormir nunca mais. Concordo e acrescento: ser mãe é não parar de se preocupar nunca mais. Toda mãe é um pouco médica para cuidar, um pouco engenheira para construir com Lego, um pouco escritora para inventar histórias na hora de dormir, um pouco professora na hora de ensinar e muito mãe na hora de amar.







quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Salve a diversidade !!!!!!!!

Foto:www.africatodayonline.com/.../

Hoje fui coagida por uma vizinha a proibir que meu filho e a babá fiquem no hall do prédio, pois ela acredita que “um monte de babás sentadas no sofá denigre a imagem do condomínio”. Fiquei tão chocada que não consegui responder nada na hora.

É uma moça nova, que eu nunca tinha visto antes, e que provavelmente não tem filhos, mas e quando tiver ? Vai escondê-los dentro do armário ? Vai contratar uma babá com curso universitário para não ficar constrangida quando sair em público ? Ou pior vai tratá-la como cachorro ?

Depois que passou minha raiva comecei a pensar no tipo de educação que damos a nossos filhos.
Hoje é imprescindível que eles aprendam a conviver com a diversidade, pois do contrário, não sobreviverão na sociedade que está se desenhando a partir da globalização e do acesso à informação. A chamada classe D tem computador em casa e não é mais ignorante (no sentido literal da palavra de desconhecimento). Vários profissionais de marketing nem classificam mais as pessoas por classes sociais (valor ligado à condição financeira) e sim ao estilo da pessoa. Desta forma grupos com gostos em comum, mas bolsos diferentes entram na mesma classe.

E é isso que devemos passar para nossos filhos. Devemos ensiná-los que dinheiro no bolso ou cor de pele não são critérios para seleção de relacionamentos e sim pessoas com objetivos em comum. Conheço pessoas que correm atrás de relacionamentos baseados em poder aquisitivo e nunca saem do lugar.

Temos o privilégio de vivermos num mundo onde a informação está cada vez mais acessível, por isso é incompreensível que alguém se ache mais que o outro. Já falei uma vez sobre valores e continuo acreditando que são os bens mais preciosos que deixamos para nossos filhos. É preciso ensiná-los desde cedo a respeitar o próximo (independente de quem seja), a serem cordiais, a acreditarem numa religião.

Valores são tão importantes na formação do caráter quanto a imposição de limites e assim talvez aquele viral que circula na internet sobre pais brigando com a professora por ter reprovado seu filho mal aluno, deixe de existir.

Bjs

Vivian Braunstein

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Quando os pais se separam

Ao ter um filho, o casal deve estar consciente de que uma criança (que não pediu para vir ao mundo) precisa de amor, proteção, educação e regras para crescer saudável e tornar-se um adulto equilibrado.

Hoje é cada vez mais comum a participação do pai na criação dos filhos e está cada vez mais claro que um ambiente familiar estruturado promove crianças psicologicamente saudáveis. Na teoria tudo é lindo, mas na prática nem sempre as coisas funcionam desta forma.

Com a evolução da sociedade e as conquistas femininas, a mulher adquiriu independência financeira e perdeu o medo de separar-se quando o casamento não está mais dando certo; o que traz uma nova realidade familiar : A de uma criança com duas casas.

Escutei recentemente de um pai, que na maioria dos casos de divorcio, o homem casa-se novamente e tem outros filhos constituindo nova família. Então, como proceder para que este processo não crie problemas emocionais futuros ?

Primeiro é preciso entender o que acontece na cabeça da criança quando ocorre a separação : Antes dos 6/7 anos ela é egocêntrica e acredita ser sua a culpa do fracasso do relacionamento dos pais. Se estiver na fase edipiana, piorou, pois vê seus desejos se tornarem realidade. Muitas vezes ela regride nas conquistas da autonomia, torna-se agressiva ou introspectiva, “pegando as dores” do cônjuge que parece ter sido abandonado (principalmente se o outro casar-se logo).

É necessário muito cuidado para ajudá-la a superar a ruptura de uma relação parental. Primeiro, é preciso ter em mente que o casal deixou de ser marido e esposa, mas jamais deixará de ser pai e mãe e a criança deve ficar sempre de fora das negociações e brigas judiciais, afinal ela não tem nada a ver com a relação homem-mulher dos pais.

Como na maioria dos casos de separação, a guarda dos filhos fica com a mãe, o pai não deve sumir (ele separou-se da esposa e não deles), mantendo uma rotina de encontros (estabelecida pelo ex-casal ou juiz) e obrigando-se a cumpri-la. A pior situação para uma criança é ficar sentadinha, pronta, esperando por um pai que não aparece, ou que aparece dias depois com uma desculpa esfarrapada. Importantíssimo : por mais que os adultos recomponham sua vida, não podem esquecer que seu filho (a) faz parte dela e que devem ter tempo em suas agendas para ele (a). O mesmo vale para situação inversa, quando a guarda é do pai. Filhos precisam sentir-se queridos, independente de quantas casas tenham.

É importante também, que a imagem dos pais seja preservada, pois continuarão a ser o modelo de comportamento, por isso nada de falar mal do outro, nem bagunçar a vida das crianças, mesmo que estejam em litígio. Isso não ajudará nas negociações do divorcio e aumentará a angustia delas, que terão que conviver com o dualismo entre o amor e ódio que os rodeiam no momento.

Muitas mães abrem mão da sua felicidade em prol dos filhos “traumatizados”, mas segundo especialistas, a recomposição da família em conseqüência de um segundo casamento pode ser benéfica já que traz uma nova reconfiguração familiar. Porém padrasto e madrasta não devem interferir em decisões exclusivamente parentais como assuntos escolares e médicos. Este tipo de interferência é muito comum, afinal trata-se de um assunto pessoal do cônjuge. Cuidado ! Por mais amor que um padrasto ou madrasta possa ter pelos filhos de sua parceira ou parceiro; quando a criança tem pai e mãe vivos a responsabilidade é deles. Cabe aos primeiros auxiliarem na educação e modelo de comportamento, principalmente porque os sentimentos da criança são ambíguos em relação a eles. Ao mesmo tempo em que sente afeição, acredita estar “traindo” seu pai /mãe por estar substituindo alguns momentos felizes que poderia estar passando junto com ele (a).

Não é fácil separar-se quando existem outras vidas envolvidas, e por isso, muitos casais mantêm-se juntos mesmo desejando secretamente estarem separados. Apesar do turbilhão de sentimentos conflitantes que aparecem com uma separação é preciso entender que as crianças precisam de serenidade e atenção para superarem esta etapa de suas vidas e seguirem com suas conquistas de forma saudável e equilibrada.

Referências :
Mil dicas para entender seus filhos de 0 a 7 anos -Harry Ifergan e Rica Etienne

Manual de mães e pais separados - guia para a educação e a felicidade dos filhos - Marcos Wettreich



Bjs e boa sorte

Vivian Braunstein

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Violência Infantil e Bullying


O caminho da sociabilização e do aprendizado não é nada fácil para uma criança. Indo cada vez mais cedo para a “escollinha”, estamos criando a geração “filhos da creche” e este fato traz conseqüências positivas e negativas ao mesmo tempo.

Socializando cada vez mais cedo, a criança passa por algumas etapas que requerem observação. É comum uma criança de 1,5 anos morder na disputa por objetos ou pela atenção de um adulto, pois ainda não consegue verbalizar seus desejos nem compreender os desejos do outro (egocentrismo). Já a partir dos 3 anos quando a fala está estruturada, ela aprende a “negociar”.
A partir dos quatro anos quando tem um repertório mais complexo, pode utilizar a fala para atingir outras crianças que sejam diferentes do grupo.

Hoje, com o acesso a informação cada vez mais fácil, uma menina que não “é princesa” e não liga para Barbie ou um menino que não monte em tudo e não saiba quem é o Ben 10 podem ser excluídos do grupo num estalar de dedos.

Ouvi relatos de mães sobre as “panelinhas” intransponíveis que suas filhas haviam formado, deixando outras de fora. Já os meninos amadurecem mais lentamente e nesta idade estão cheios de hormônios o que faz com que alternem o bater ao dialogar. Tem épocas que são “quase adultinhos” e outras voltam a ser “quase bebês”.

Em ambos os casos, vemos o reflexo da violência: moral para as meninas e física para os meninos. A preocupação deve ser a de evitar que estas atitudes sejam recorrentes, pois podem se transformar em Bullying na fase seguinte (dos 7 aos 18 anos).

Sem tradução para o português, o Bullying é o comportamento agressivo que ocorre contra o outro sem motivos justificados. Ameaças, assedio moral, agressões físicas e verbais que coloquem a outra criança em situação de desconforto, normalmente na frente de outras crianças. Este comportamento sempre existiu, mas recentemente psicólogos, educadores e pais têm se preocupado mais devido às conseqüências como a queda de rendimento escolar e em casos mais raros o suicídio.

Como evitar o Bullying na infância ?

Controlando a agressividade na pré-infância. Nesta fase a criança ainda enxerga nos pais a referência e contam o que acontece na escola. Seu comportamento também é bem transparente, ou seja, ela fará na sua frente exatamente o mesmo que faz pelas suas costas, por isso fica fácil conhecer o comportamento de seu filho e orientá-lo enquanto ele ainda escuta seus conselhos como se fossem verdades quase absolutas.

Crianças que excluem e são excluídas acabam tendo problemas de relacionamento, insegurança ou excesso de autoconfiança na fase adulta. Precisamos lembrar que a base da personalidade do indivíduo é formada até os 6 anos e depois é preciso um trabalho de auto-análise muito forte para mudar alguns comportamentos adquiridos deste período.

Segurar a mão e a língua de uma criança também fazem parte do educar. A maioria dos profissionais aconselha a conversar, a dar amor e impor limites claros, aos invés de bater e por de castigo; comportamentos que podem reforçar a violência infantil.

Caso seu filho / filha sofram com a discriminação, é preciso reforçar sua auto estima e orientá-lo a buscar uma participação no grupo ou juntar-se a outro grupo.

Não é fácil para eles e não é fácil para nós. Ninguém quer ver seu filho excluído ou excluindo alguém. Cabe a nós darmos o exemplo e mostrarmos que há crescimento com a diversidade. E só assim estaremos preparando nossas crianças para uma vida saudável e estruturada.

Bjs e boa semana

Vivian Braunstein

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Scooby Doo, Penelope Charmosa e outros veteranos

Foto:http://www.letsvamos.com/letsblogar/wp-content/uploads/2006/12/hannabarbera.jpg


É interessante como existem personagens que nunca saem de moda e outros que vão e voltam fazendo enorme sucesso. É o caso do Pica-Pau, resgatado pela Rede Record e pelo Cartoon Network (houve um período em que passavam no mesmo horário), Popey, resgatado pelo Habbib’s e mais recentemente a superfeminina Penélope Charmosa, transformada em boneca pela Estrela, talvez buscando ocupar o lugar que um dia foi da Susi, resgatada recentemente pelo mesmo fabricante.

O que estes desenhos têm de especial para atrair a atenção da garotada? Primeiro estão na memória de muitos pais, o que é um endosso poderoso, depois mostram como os espertos, mesmo pequenos, conseguem vencer os malvados. De todos talvez o Pica-Pau e o Jerry (do Tom e Jerry) sejam os mais polêmicos, e deixem nossos filhos um pouco mais levadinhos, mas um pouco de “arte” faz bem, desde que dosada; ou seja, tem que haver limites. Brincar que os bonecos briguem é uma forma de extravasar os conflitos, já chutar a canela da tia idosa é completa falta de educação.

A Penélope carrega o padrão sonhado por muitas meninas, ou seja, é feminina, ousada, esperta e boazinha. Que mãe com mais de trinta e tantos anos não quis um carro cor-de-rosa com batom que saía do porta-luvas e passava sozinho? Hoje produtos licenciados e desenhos animados andam de mãos dadas, mas mesmo sem grande visibilidade, Penélope tem chances de “pegar”, assim como as princesas ou a Barbie.

Pelo outro lado um grupo legal que não sai da grade (SBT e Cartoon) é a turma do Scooby Doo. Além do desenho ser uma delícia, por envolver mistérios e suspense, mostra um grupo completamente eclético, o que faz com que a criança entenda e aceite a sociabilização na diversidade. Jovens com perfis completamente diferentes se juntam para desvendar mistérios recheados de muito humor. Crianças pequenas, quando criadas abertamente e sem preconceitos para sociabilidade, não enxergam esta diversidade, mas é um reforço na idéia de que todos podem ser amigos mesmo sendo diferentes.

Enquanto a criança é pequena ela precisa destes modelos para se expressar. Meu filho já quis ser o Pedrinho do Sítio do Pica Pau Amarelo, o Superman, O Batman, o Indiana Jones e agora o Fred do Scooby.

O que todos estes personagens tem em comum? São importantes porque fazem coisas boas e acabam recompensados.

Para as meninas a mesma coisa. Querem ser a Branca de Neve, a Cinderela, a Barbie e talvez a Penélope, pois elas são personagens de fibra, que também são recompensadas no final.
Estereotipo ou hormônios? Já li que por volta dos 4 anos os hormônios estão em ebulição. É a “bebecência”, a adolescência infantil. Meninas são sociais e meninos são agitados, e estes personagens em maior ou menor grau são um reflexo disto.

A maioria os desenhos de Hanna-Barbera, conseguem captar bem a essência infantil, mesmo com as mudanças sócio-tecnológicas dos últimos 20 anos; e por isso ainda fazem sucesso. Flinstons e Jetsons mostram um modelo de família que não existe mais em muitos lares, mas retratam alguns conflitos atuais com bom humor.

É uma pena que o Cartoon, detentor dos direitos sobre o acervo dos estúdios Hanna-Barbera, esteja deixando de lado a fórmula que o consagrou, de mesclar desenhos consagrados aos horríveis desenhos escatológicos, apesar dos consagrados ainda aparecerem timidamente na grade, provavelmente porque o canal percebeu que está “herdando” as crianças com menos de 6 anos “que mudaram de fase” e não querem mais assistir ao Discovery Kids (mesmo gostando muito de alguns programas como Mister Maker e Lazytown) ou talvez para apaziguar as duras críticas que sofreu nos últimos anos, por causa de seus slogans como “a gente faz o que quer”. (Hello, isso é de enlouquecer qualquer pai!!!!).

De qualquer forma criança que desenvolve a imaginação tem maiores chances de se transformar num adulto criativo e conciliador de conflitos, por isso não custa assistir.

Bjs e boa semana

Vivian Braunstein

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Dia dos professores

Foto : Sociedade dos Poetas Mortos e o Sorriso de Monalisa

Como dia 15 de outubro é o dia dos professores achei importante homenagear estes profissionais que auxiliam no cuidado de nossos filhos, independente da idade que eles tenham. Ser professor é ser especial, pois aquele que compartilha de seu conhecimento com paciência e dedicação merece todo nosso respeito.

Recebi um viral (e-mail que a gente recebe e repassa e não sabe direito de onde se originou) que reflete bem como a relação pais & mestres mudou, quando compara a postura dos pais da década de sessenta que puxavam a orelha do filho quando o boletim vinha com notas vermelhas e a postura atual dos pais que puxam a orelha do professor quando isto acontece. Voltamos a cair na velha história da superproteção e falta de imposição de limites para compensar a ausência e falta de paciência dos pais com os filhos.

Realmente algumas vezes o problema está no profissional, mas muitas vezes está na falta de entendimento da família de que seu filho pode ter algum problema. Escutei de uma mãe, sobre uma criança de 4 anos que tinha medo de bruxa e ela (mãe) gostaria que a professora parasse de contar histórias aonde aparecesse este personagem, para que sua criança parasse de ter pesadelos. Ora, crianças de 4 anos tem pesadelos, mesmo que os pais façam todos os esforços para protegê-las. É a fase dos conflitos e eles serão colocados para fora de alguma forma, com ou sem bruxas. Provavelmente a professora quis estimular a fantasia para que seus alunos pudessem lidar melhor com este tipo de conflito.

Em outro caso escutei de uma mãe que a maioria das crianças estava com dificuldade de aprendizado numa determinada matéria. Provavelmente, neste caso, o problema fosse a didática da professora.

Numa discussão grupal entre os pais, sobre o que dar de presente para os professores, foi um professor que deu a melhor resposta ao mandar, via agenda, um presente de dia das crianças acompanhado de uma carta. Dois balões uma moeda e uma porca. Era para colocar a porca e a moeda dentro dos balões, encher e se divertir com os barulhos e movimentos. Achei genial o resgate do fato de “dar” independente do que. Meu filho se divertiu à beça mesmo quando estourou os balões (a maior diversão de todas).

Acredito que o simples fato de ser homenageado mostra ao professor o quanto ele está sendo recompensado por sua dedicação. Por isso meu sincero obrigada à estes profissionais que se dedicam a ensinar, a pensar, a conviver a sermos pessoas melhores. Independente da idade dos alunos e do curso aonde ministram, parabéns !!!!!!!!

Bjs e boa semana.

Vivian Braunstein

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Seu filho / filha quer outra mãe ?

Se alguma vez você ouviu de seu filho/ filha “Não quero mais você, quero outra mãe”, não se desespere. “Coraline e o Mundo Secreto” nele / nela.

Não entendeu? “Coraline e o Mundo Secreto” é um desenho animado, meio gótico, quase sombrio, de 2009 dirigido por Henry Selick, numa adaptação do romance de Neil Gaiman de 2002, e conta a história de uma menina que sentindo-se ignorada pelos pais quando mudam-se para uma apartamento antigo e reformado, encontra uma porta secreta que a leva a um mundo quase igual aos seu. Porém neste mundo seus pais, com botões no lugar dos olhos, fazem tudo o que ela deseja. As fichas caem de que alguma coisa não está certa, quando ela descobre que a “outra mãe” não é bem o que parece ser.

Numa cena marcante, quando seus pais verdadeiros somem, ela coloca alguns objetos pessoais deles nos travesseiros enrolados e dorme com os “bonecos” que fez.

É um filme que faz a criança pensar: “Não quero outra mãe, a minha pode não me deixar fazer tudo, mas me ama de verdade” porque a “outra mãe” no filme é um monstro. Lliteralmente.

Quando a criança começa a andar, inicia o processo de conquista da autonomia e em alguns momentos enxerga a mãe, que antes fazia absolutamente tudo por ela, como uma barreira. Por outro lado, mais ou menos a partir dos 2 anos inicia a fase do complexo de Édipo (acontece com meninos e meninas) e seu relacionamento com ambos os pais passa a ser conflitante. É conflito demais para tão pouca maturidade.

Apesar de Coraline ter por volta de 8 anos, o filme cai como uma luva para crianças menores. A busca pela autonomia e pelo poder, o testar os limites, os sentimentos conflitantes em relação aos pais, e todos os percalços que passamos são muito bem ilustrados no filme. Numa cana, a menina vai com a mãe verdadeira comprar uniforme. Todas as roupas que a mãe escolhe são monocromáticas e a menina quer um par de luvas coloridas para ir à escola. Ela fica muito frustrada quando a mãe diz não. Como escape, ao chegar na outra casa, a outra mãe lhe dá de presente uma roupa nova, toda colorida. Esse tipo de mensagem atinge parcialmente crianças pequenas, mas elas se identificam. O Mundo Secreto de Coraline pode ser muito bem o mundo de fantasia para onde as crianças pequenas vão para resolver seus conflitos.

Quando meu filho começa a fazer birra e não quer obedecer, só pergunto se ele quer a outra mãe, igual a da Coraline. Não preciso nem dizer qual é a resposta.

No fundo toda criança quer regras e limites, ela precisa disto para se sentir segura. Por mais que queira tudo o que vê e pede, o faz porque sabe que não vai ganhar, e se ganhar, não dará valor. O pedir também faz parte do testar os limites. Por isso não fique triste quando seu filho / filha disser que quer outra mãe. Na verdade ele / ela quer espaço, mas também limites.

Talvez isto responda também a alguns questionamentos que recebi de pais sobre ter a Barbie como modelo. A criança frustrada, mas ao mesmo tempo segura, com os limites impostos pelos pais, precisa de um escape na fantasia. É melhor que seja a Barbie ou o Ben 10 do que uma outra mãe ou outro pai. Isso passa por volta dos 7 anos. E aí novos problemas aparecem. Mais uma vez: Ninguém disse que crescer é fácil e muito menos criar um filho.

Ficha Técnica:
Filme: Coraline e o Mundo Secreto. Henry Selick. 2009
Livro: Coraline. Gaiman, Neil. Rocco, 2002

Bjs e boa sorte.

Vivian Braunstein

sábado, 26 de setembro de 2009

Barbie - é cor de rosa choque !!!!!!!!!!

Foto : - blogs.jovempan.uol.com.br/.../03/barbie-2009.jpg

Um amigo querido, que tem três filhas, veio reclamar que só escrevo sobre assuntos de meninos. Como este blog procura ser democrático e de utilidade para qualquer pessoa que crie uma criança (ou mais), independente de ser menino ou menina, esta semana vou compensar o post da semana passada (predominantemente um assunto masculino) e vou escrever sobre um assunto feminino. Sua sugestão foi que eu escrevesse sobre a Barbie, boneca que exerce fascínio em meninas de todas as classes sociais no mundo todo (ou quase).

Barbie é uma boneca criada no final da década de 50, graças à visão de uma mãe marketeira que percebeu nas brincadeiras da filha Bárbara (daí o nome, apelido da menina) espaço para a fabricação da primeira boneca com perfil de adulto. O que garantiu a longevidade da boneca, que fez 50 anos este ano, foi a associação do trabalho primoroso de marketing da Mattel com a evolução dos modelos oferecidos, acompanhando as evoluções da sociedade. Ou seja, as bonecas vendidas hoje, só têm em comum com suas antecessoras, o nome e as características básicas como feminilidade, correção de caráter, amor e amizades e sucesso.

Como uma mulher moderna, Barbie foi à luta. Dirigindo seu carrão, com celular e note book na mão, é executiva de multinacional. Porém esta imagem pode se dissolver no momento que a menina abre a caixa. Isso porque ela projeta na brincadeira a sua visão do mundo e a personalidade que aspira ter, e por isso a executiva pode transformar-se num segundo em atriz ou professora. No fundo o que atrai é a característica original da boneca, de mulher bonita e bem sucedida.

Muitos psicólogos e pedagogos são contra o ícone Barbie por acreditarem que ela introduza as meninas precocemente no mundo adulto e remetam a temas como sexualidade, futilidade e valores distorcidos, como preocupação com moda e aparência. Por outro lado há vários profissionais que defendem a importância real da boneca.

O que é preciso analisar é o fato de que a criança entra na fase da fantasia e da magia por volta dos 3 anos e precisa explorar e expressar este momento através das brincadeiras e da imaginação. Da mesma forma que meninos tendem à violência, meninas tendem ao glamour e por isso o sucesso dos contos de fadas (mais precisamente das princesas) até hoje, apesar do abismo cultural que separa a época em que forma escritos aos dias atuais.

A criança, na primeira infância está em busca da sua autonomia e muitas vezes se projeta no adulto que gostaria de ser. Não é melhor querer ser como a Barbie do que como Betty, a feia ? Ambas tem bom coração, mas uma é maravilhosa e a outra é uma pobre coitada.

A primeira infância é a melhor fase na vida de uma pessoa, quando é permitido sonhar. É a partir dela que formamos nossa personalidade e nossos valores. A magia e a fantasia fazem parte desta etapa e é por isso que não se conta à criança com menos de sete anos que Papai Noel não existe. A alegria desta fase pontua a forma como a pessoa irá encarar os desafios no futuro.

É claro que cabe aos pais ou responsáveis conduzir qualquer fase da vida dos filhos com moderação, mas não com severidade medieval. Estamos preparando cidadãos para um mundo melhor e não para Guerra dos 100 anos.

Por isso, não se preocupe se sua filha brinca de Barbie e quer ser princesa, ela só está expressando seus conflitos de crescimento, assim como os meninos falam palavrões, mostrando que são capazes de controlar seu corpo. Elas querem mostrar que são capazes de controlar seus sonhos.

Fonte :
As Bonecas da Contemporaneidade: Representações Midiáticas da Identidade Feminina. Disponível em : http://www.fazendogenero7.ufsc.br/artigos/H/Heberle-Almeida_02.pdf (26/09/09)
O Licenciamento de Marcas Estudo de Caso: Mattel do Brasil – Marca Barbie. Disponível em : http://www.ead.fea.usp.br/Semead/10semead/sistema/resultado/trabalhosPDF/48.pdf (26/09/09)
Barbie. Disponível em :http://pt.wikipedia.org/wiki/Barbie (26/09/09)


Bjs e boa sorte

Vivian Braunstein

domingo, 20 de setembro de 2009

Palavrões, escatologias e outros bichos


Dos dois aos 4 anos a criança aprende a controlar as funções fisiológicas o que é um passo muito importante na conquista da autonomia. Ao final deste ciclo ela começa a descobrir o próprio corpo e a explorar os sons que ele emite. É quando surge a fascinação por arrotos e puns bem como pelas palavras “bunda” e “pinto”.

Alguns psicólogos sugerem que a criança sente prazer ao dizer estas palavras e a ter estas atitudes, enquanto outros afirmam que esta é uma forma de desafiar aos pais. Talvez sejam os dois.

É nesta fase também, que a criança começa a falar palavrões, como forma de chamar a atenção e para expressar seus sentimentos. Ela aprende por imitação e apesar de não saber o que a maioria significa repete por compreender o “significado emocional” das palavras e as reações que provoca, ou seja, ela entende o “conceito” do palavrão mesmo sem saber o que é.

Durante a primeira infância, as influências mais fortes são a dos pais ou responsáveis. Ao ingressar na pré-escola repete as atitudes dos amigos como forma de ingressar nos grupos sociais. A repetição surge a partir dos responsáveis e/ou dos amigos.

Segundo o livro Mil dicas para entender seu filho de 0 a 7 anos, quanto maior a necessidade de sentir-se “limpo”, ou seja ter o controle fisiológico, maior a sujeira do vocabulário da criança, sendo esta máxima uma necessidade ao desenvolvimento infantil. Os autores colocam ainda, que todo este processo acontece no jogo do simbolismo. Como faz parte do crescimento, resta aos pais orientarem a criança aonde podem ou não se expressar.

Quando meu filho começou a falar alguns palavrões, procurei explicar o significado de forma que ele entendesse (sem conotações sexuais complexas) e pedi que não falasse. Realmente, na frente dos outros ele mantém o controle, mas em casa a história é outra. Tudo bem, desde que só em casa.

A maioria dos psicólogos não recomenda a proibição. Nesta idade a criança sente-se dividida entre agradar aos pais e contrariá-los em benefício de sua autonomia; por isso uma proibição confundirá ainda mais sua cabecinha e provavelmente a necessidade de autonomia e oposição aos pais vencerá. E a situação se inverterá : ao invés de falar escatologias em casa e se comportar na rua ele será um “santo” em casa e um “desbocado” na rua.

Apesar de terem motivos diferentes as atitudes nojentas e os palavrões são comuns às crianças pequenas e não significam que os pais não lhes dão educação. A psicologia moderna sugere sempre que os pais estejam ao lado dos filhos e conversem com eles orientando e ajudando a resolver os conflitos do desenvolvimento.

A nós pais, só resta a pergunta: Quando eles irão parar de nos desafiar ?

Deixo a dica de dois livros aonde encontrei as informações para este post. Pareceram interessantes, mas não li nenhum dos dois inteiros, somente os capítulos referentes a este assunto.

Mil dicas para entender seu filho de 0 a 7 anos - Harry Ifergan e Rica Etienne. Ed. Jorge Zahar, 2001.

Aprenda a ler seu filho – Lynn Weiss. Coleção Pais e Filhos, 2002.

Bjs e boa semana.

Vivian Braunstein

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Valores, religião e cidadania

Prometi para esta semana um post sobre a fase do escatológico, mas ainda não consegui pesquisar o suficiente para escrever. “Sorry mammys”, fica para semana que vem.

Esta semana resolvi falar um pouco sobre um assunto que acho essencial à formação de uma criança: os valores que vem de casa e a escola ou amigos dificilmente conseguirão ensinar a seu filho como você.

Até os 6 ou 7 anos a criança sofre fortes influências de seus pais ou responsáveis, por isso é importantíssimo não só ensinar como também dar o exemplo à respeito de valores, crenças e cidadania. Uma criança que aprende a respeitar o próximo, mesmo numa condição sócio-econômica inferior a dela cresce um adulto mais justo e até mais preparado para o mercado de trabalho, por aprender a conviver com a diversidade de forma justa e equilibrada.

Não vou fazer apologia a nenhuma religião, mas ter fé, acreditar e temer (sem exageros ou fanatismos) também são valores fundamentais. A criança precisa entender que o Natal é muito mais do que ganhar presentes, sem contar que o mito do Papai Noel alimenta a fantasia e reforça a máxima do bem sendo recompensado no final, questão também ilustrada nos contos de fadas. Este tipo de simbolismo existe praticamente em todas as religiões, mas não adianta querer explicar o que é Deus ou outros assuntos mais complexos, pois nesta fase a criança não está neurologicamente preparada para absorver o abstrato, apesar de começar a conviver e se interessar pela morte.

É a partir dos ensinamentos e exemplos vindos de casa que construímos o comportamento futuro de nossos filhos. Se você ensina a não jogar papel no chão, também não jogue, se ensina a escovar os dentes, escove os seus na frete dele, e assim por diante. Para a criança, não só na primeira infância, mas principalmente nela, tudo o que os pais fazem é o correto. Na adolescência surge a fase da contestação de valores, porém na fase adulta estes valores automaticamente voltam, principalmente quando nossos filhos viram pais.

A referência da mãe é muito forte na criação e mães e pais, acabam resgatando os valores de suas mães quando vão educar seus filhos.

Iniciei a conclusão da minha monografia com esta frase, que enxergo como um resumo do nosso comportamento na vida: “O ser humano busca modelos desde o momento que percebe que não é mais uma extensão da mãe até que se transforma, ele próprio, num modelo a ser copiado”. Por isso cuidado com o modelo que mostra para seu filho e com o modelo que está ajudando a construir para ele. Se você grita, ele gritará de volta, se você dá amor, ele lhe retribuirá mesmo entre birras.

Então como ficam os limites? Eles precisam existir também, pois fazem parte da vida. Infelizmente ou felizmente ninguém pode sair por aí fazendo o que quer. Acho que colocar limites é a parte mais difícil da educação, mas é necessário e a criança entende que a bronca, o castigo, a negociação também são formas de amor.

Acho triste ver meninas de 8 ou 9 anos andando na rua ao lado da mãe com sapato de bico fino e salto alto e com maquiagem no rosto. Ser feminina e vaidosa é muito legal, mas tudo tem sua hora e a mãe precisa saber dizer que não é nesta idade que se usa este tipo de sapato ou de maquiagem. São momentos pontuais como estes que fazem a diferença sobre a segurança e auto-estima da pessoa na fase adulta.

Resumindo, dê o bom exemplo, ensine seu filho a respeitar os outros, a acreditar em algo, e a respeitar a cidade, o país e o mundo aonde vive. Ensine-o a usar com sabedoria os recursos naturais para que a vida continue como ele a conhece. Diga-lhe com firmeza que aquele não é o momento ou que aquele é o momento.

Está em nossas mãos transformar o mundo num lugar melhor para se viver, basta passarmos para os nossos filhos os valores em que acreditamos.

Bjs e boa sorte

Vivian Braunstein

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sexualidade na primeira infância



Ilustração : http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/foto/0,,15368952-EX,00.jpg

Alguns amigos me pediram para escrever sobre a fase do escatológico, principalmente quando os meninos começam a acrescentar ao repertório palavrões além das palavras “bunda, pinto e pum”. Ainda não encontrei explicações satisfatórias, mas esbarrei no tema do início da sexualidade infantil e achei que seria bem interessante comentar. Quanto às escatologias vou pesquisar mais um pouco e semana que vem eu posto.

Segundo Freud, por volta dos 3 anos a criança passa da fase anal aonde aprende a controlar as necessidades fisiológicas, para fase fálica, onde descobre se tem ou não pênis. Trata-se da descoberta da presença ou ausência dele. Com isso surge a diferenciação pelo sexo e o interesse pelo próprio corpo. É uma fase de descobertas que coincide com a fantasia e o faz de conta.

É por volta dos 4 anos que o lúdico e o faz de conta estão no auge, assim como a curiosidade a respeito do próprio corpo. Por isso crianças brincam de família, de personagens e de heróis, independente do gênero, pois se projetam no outro por terem adquirido a consciência de que existe o outro.

Nesta etapa algumas mães ficam preocupadas por seus filhos quererem brincar com bonecas ou suas filhas querem brincar com carrinho ou bola. Pode ser preocupante como pode ser normal. A criança de 4 / 5 anos dramatiza as situações cotidianas e também as absurdas. Num momento o menino é o pai que dá banho no bebê (super normal se o pai dele dá banho nele) e no outro a menina vira a Super Gata ou outra heroína para lidar com os conflitos da idade. Isso não tem nada a ver com desvios de sexualidade.

Capítulo a parte são os bonecos de personagens. Na pesquisa que fiz com 62 famílias de classes A, B, C e D com filhos entre 1,5 a 6 anos, para o trabalho de conclusão do meu MBA, 19% das crianças das classes A e B pedem bonecos de personagens sendo atendidos por seus pais, enquanto 44% das crianças das classes C e D fazem o pedido, mas somente 28% são atendidos. Mesmo assim, são números consideráveis que mostram o quanto a criança de hoje está mais perto de seus personagens preferidos, tendo nos bonecos a materialização da fantasia. Nesta categoria, não existe feminino e masculino, e sim a turma. Qual a graça de brincar só com a Mônica sem o Cebolinha e vice versa ?

O fenômeno do momento no universo infantil masculino é o Ben 10. Sem a Gwen (prima com quem o menino disputa o tempo todo) não há brincadeira completa, assim como não dá para brincar sem os aliens em que ele se transforma. É um conjunto que forma a fantasia e enriquece o repertório.

Alguns psicólogos e pedagogos acabam orientando as mães pelo modelo clássico, e sugerem que se o menino ou a menina tem comportamento ou deseja brinquedos originalmente destinados ao sexo oposto, que ele ou ela seja colocado em maior contato com pessoas e objetos do seu próprio sexo. Concordo parcialmente com isso. Se todo herói tem uma amada, porque o menino não pode ter os dois bonecos ?

Se a maioria das mulheres dirige, porque a menina não pode brincar de carrinho ?

Quando houve a campanha das Meninas Super Poderosas no McDonalds, muitos meninos quiseram e seus pais não deixaram, sem saber que apesar de meninas, são personagens masculinos por serem aventureiras e heroínas. O fato de serem meninas é só um mero detalhe comercial para agradar também ao público feminino.

Vivemos hoje uma mudança nas estruturas comportamentais da sociedade. Quando estudei os contos de fadas encontrei vários psicólogos contra o modelo de mulher frágil e passiva, mas estes mesmos profissionais recriminam a menina que brinca de bola ou gosta de futebol. Se pensarmos pelo lado bom, no mínimo quando ela se casar (com um homem !!!) não haverá briga pelo controle remoto pois os dois assistirão ao futebol sem discussões.

Feminilidade e masculinidade estão ligados a uma orientação saudável e aos hormônios.

Um menino não deixa de ser menino se ao brincar dá banho no bebê ou seu herói tem namorada e uma menina não deixará de ser feminina se gostar de futebol. O que vejo aqui é uma incongruência de idéias. Crianças são crianças e hoje infelizmente isso acaba por volta dos 7 anos quando as meninas já querem ser mulheres.

É preciso levar em conta também que as referências mudaram com mães que trabalham fora e pais mais presentes. Ou seja, os modelos são outros. Educa bem quem percebe isso. A criança é um reflexo da família e se seu filho vê você fazendo alguma coisa vai querer imita-lo. Por isso cabe a nós como pais orienta-lo do que podem ou não fazer. Menino dar banho no bebê pode, passar batom não. Menina jogar bola pode, xingar não. E assim por diante.

Vamos deixar nossos filhos descobrirem seus corpos (o meu levantou a saia de todas as manequins numa loja de departamento para ver se elas tinham bunda – faz parte !!!) e brincarem a vontade.

Acredito muito nesta geração criada com mais consciência e informação. Torço por nossos filhos e que eles, sem preconceitos, possam fazer do mundo um lugar melhor para se viver.

Bjs e boa sorte.

Vivian Braunstein

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Adenóide

Imagem : http://portalotorrino.site.med.br/fmfiles/index.asp/::XPRO::/A%2BA%20pronto.JPG



Como fiz recentemente a cirurgia de adenóide no meu filho, várias mães vieram me perguntar sobre o assunto e descobri que o problema é mais comum do que se imagina.
A adenóide é um tecido esponjoso localizado atrás das narinas e serve, na primeira infância, como uma barreira de proteção contra microorganismos, quando o sistema imunológico da criança ainda não está totalmente formado.


Quando há alergias ou inflamações, a adenóide incha obstruindo a passagem de ar e fazendo com que a criança respire pela boca. Algumas das consequências da hipertrofia da adenóide são alteração do céu da boca e da arcada dentária, roncos, apnéia e acumulo de secreção dentro da cavidade da face causando sinusite e/ou otite.


Como o sistema imunológico amadurece por volta dos 6 anos, muitos médicos aguardam a criança atingir esta idade para verificar se há regressão do inchaço, mas alguns preferem operar antes para evitar as complicações.


Não sou médica, só mãe, mas assisti de camarote as conseqüências desagradáveis como as otites de repetição e as doses cavalares de antibiótico que não faziam mais efeito.


No dia-a-dia a adenóide também pode trazer empecilhos. Algumas mães relataram que não conseguem tirar a fralda noturna, pois a criança ao respirar pela boca sente mais sede devido ao ressecamento e tem maior volume de urina a noite; outras que a criança ronca e outras que os filhos estão com problemas comportamentais na escola. Isso porque o acumulo de secreção pode “entupir” o ouvido fazendo com que a criança não responda mais aos estímulos auditivos. Isso não significa que ela esteja surda, mas sim, que o impulso auditivo não está chegando ao cérebro e por isso a criança não reage a ele.


Ouvi um caso de uma criança que foi tratada como hiper-ativa, mas na verdade tinha perda de audição em conseqüência de hipertrofia da adenóide.


Então o que fazer ? Operar antes dos 6 anos ou esperar, já que a adenóide é uma proteção natural do organismo ?


Cada caso deve ser discutido e ponderado entre a família e o médico. “Enrolamos” nosso otorrino quase 2 anos por medo da cirurgia, anestesia, etc... Tentamos alopatia, homeopatia, simpatia. Tudo funcionou por um período curto, mas não resolveu o problema na hora que o inverno chegou.


O que posso dizer é que quando a cirurgia é só de adenóide é simples e a recuperação tranqüila, já quando envolve também a retirada das amídalas, a recuperação é um pouco mais chatinha.
O legal de tudo é que mesmo com o coração na mão por aproximadamente 40 minutos os médicos costumam deixar a mãe entrar e segurar seu filho na sala de recuperação enquanto ele volta da anestesia. É um momento único, similar à sensação de pegá-lo nos braços pela primeira vez depois de nascer. Seu filho se sente protegido e você mais tranqüila de que ele respirará melhor daqui para frente.


Se por acaso seu filho / filha tem problemas de adenóide, converse com o médico e analise a possibilidade da operação. Quanto mais cedo for feita mais fácil a recuperação.



Fonte : Dr. Gilberto Sitchin - IPO





 

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Cadê os palhacinhos ?

Esta semana vou fazer a festa de aniversário de 4 anos do meu filho e como temos um alto número de convidados (graças a Deus que temos amigos!) resolvi fazer uma festa caseira só para não passar em branco.

Meu filho escolheu um tema incomum para a idade (que não vou revelar para não estragar a surpresa, pois muitos dos meus leitores são convidados), e como não encontrei, resolvi montar a decoração. Ao sair para região da 25 de março constatei aquilo que havia teorizado no trabalho de conclusão do meu MBA. Está cada vez mais raro, mesmo nas regiões de comércio popular, encontrar temas que não sejam ligados aos personagens licenciados. Nas lojas de artigos para festa e nas de brinquedos, o que se vê é uma profusão de Ben 10, Batmam, Wolverine, Princesa, Barbie e afins.

O que aconteceu com os palhacinhos e ursinhos?

Não são mais populares entre a garotada e por isso não tem saída nas lojas, o que fez com que simplesmente desaparecessem. É muito interessante verificar que até as crianças de famílias com menor poder aquisitivo também desejem os personagens da TV e que seus pais se esforcem para comprar produtos de “marca”, afinal custam mais caro, mas também duram mais.
É uma característica marcante desta geração que se tornou “treinee” de consumidor. Eles já escolhem as marcas que desejam consumir, no caso os personagens, e o comércio popular não ficou alheio a esta movimentação. Existem lojas de brinquedo que importam diretamente personagens, como bonecos da turma do Peter Pan ou da turma do Scooby Doo. Sim “da turma” porque não dá para brincar com o Peter sem o Capitão Gancho, com o Scooby sem o Salsicha, com o Ben 10 sem os alienígenas, e assim vai.

Nossos filhos não brincam mais na rua (por questões de segurança), já usam a Internet antes de saber ler e escrever, assistem televisão desde a hora que levantam e acompanham os pais ao shopping e ao mercado. Tudo isso contribui para formação de seu comportamento futuro.
Sou uma apaixonada por personagens, e acredito que seus brinquedos ajudem no desenvolvimento infantil, mas também sou consciente de que precisamos educar nossos filhos para aprender a consumir.

Na fase pré-escolar, quando a criança está iniciando o processo de sociabilização, escolhe os personagens em razão do grupo ao qual pertence ou deseja pertencer e por isso eles ganham tamanha força.

Como lidar com isso é extremamente delicado. Alguns pais são contra o consumo exagerado dos personagens por não acreditar que tragam benefícios ao desenvolvimento de seu filho, enquanto outros pensam e agem de forma contrária.

O principal é não cortar totalmente este vínculo, pois a criança precisa da fantasia para tornar-se um adulto equilibrado. O que muda é que em época de globalização até a fantasia tornou-se pasteurizada. Cada família tem um grau de permissividade e tolerância com este assunto, mas não dá para coibir totalmente.

Deixe seu filho livre para sonhar e desejar ser o personagem que quiser, porém ensine-o a dosar. Não dá para comprar tudo o que vê, mas também não dá para ficar sem nada.

Os palhacinhos que me desculpem, mas este não é definitivamente o seu momento.

Bjs e boa sorte

Vivian Braunstein

sábado, 8 de agosto de 2009

Influenza A - Gripe suína


Há duas semanas as secretarias da educação e da saúde do Estado de São Paulo, decidiram em conjunto com o sindicato das escolas, adiarem o retorno das férias de julho para dia 17 de agosto.

Encontrei duas justificativas para esta data. A primeira é que à partir de 17 de agosto o inverno entra em fase final começando a esquentar o tempo e a segunda é que duas semanas seria o prazo para os hospitais se prepararem para receber um número elevado de doentes já que a volta às aulas aumentaria o número de casos.

Várias mães, apesar de temerosas com a saúde de seus filhos, ficaram enlouquecidas em tê-los mais 15 dias trancados em casa, com a energia acumulada e subindo pelas paredes, principalmente porque na primeira semana choveram todos os dias.

Existem pessoas a favor e contra esta medida. Muitas famílias têm nas pré-escolas a única alternativa de deixar os filhos enquanto trabalham. Apesar do risco são pessoas que não tem muita opção. Ao seu lado estão vários educadores, principalmente da rede pública, que não conseguem enxergar tempo para reposição, já que as aulas irão até 20 de dezembro.

Por outro lado o risco em crianças parece ser alto e ambientes fechados são favoráveis à propagação do vírus, sem falar que crianças pequenas ainda não têm muito discernimento e acabam compartilhando mais do que brinquedos.

O vírus da Influenza A é um vírus mutante que se alastrou rapidamente (60% dos casos de gripe no Brasil já são por H1N1) O que é importante saber :

1. Beber muita água - no mínimo 1 e ½ litros por dia.

2. Fazer uma alimentação equilibrada à base de frutas e verduras, proteínas e carboidratos para fortalecer o sistema imunológico. Evitar gorduras e frituras. Aliás esta receita serve não só para combater a gripe, mas para todos durante toda a vida.

3. Lavar as mãos com frquência. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o vírus não é transmitido pelo ar e sim pelo contato com as gotículas de saliva ou pelo jato do espirro. Se alguém tosse ou espirra e as gotículas caem sobre um corrimão, por exemplo, e outra pessoa pega neste corrimão e coloca em seguida a mão na boca e nos olhos pode se contaminar. Por isso evite tocar boca e olhos antes de lavar as mão.

4. Evite aglomerações e lugares fechados. Para quem usa transporte coletivo, é recomendado passar álcool gel (procure, pois está difícil de encontrar) nas mãos e nas narinas antes e depois da viagem.

5. Mantenha a casa arejada.

A recomendação do Ministério da Saúde é que se procure um posto de saúde ou médico de confiança caso tenha os sintomas como febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza, evitando-se os hospitais.

É penoso ver nossos filhos em casa, mas é pior vê-los doentes, por isso cuidado redobrado e muita, muita, muita paciência. Logo o verão chegará e espera-se que o risco diminua.

Boa sorte

Vivian Braunstein

Fontes:
1.
http://www.fleury.com.br/Clientes/SaudeDia/Artigos/Pages/epidemia-gripe-suina-duvidas.aspx?iutm_source=site_fleury&iutm_medium=home_destaque&iutm_content=epidemia-gripe-suina&iutm_campaign=fmd#confirmacao


2. Prof. Dr. Odair Alfredo GomesLaboratório Morfofuncional: Faculdade de Medicina - UnaerpFone: 36036744 ou 36036795

3.
http://ultimosegundo.ig.com.br/gripesuina/2009/08/08/alunos+de+sao+paulo+rio+grande+do+sul+rio+de+janeiro+e+parana+ficam+sem+aula+7752940.html

4. Conselho regional de odontologia do Estado de São Paulo

domingo, 26 de julho de 2009

Eu quero !!!!!!!!

Foto: Grosby Group - 12/12/2008 - Suri Cruise

Quem ainda não se deparou com esta situação: Seu filho dentro de uma loja abraçado a uma caixa de algum produto como se fosse a última caixa de comida do mundo gritando “me compra, eu quero !!!!!!!!!” ?

Ou ainda: sentado à frente da televisão chamando por você quando passa a propaganda de algo que ele quer ?

Pode ser uma marca de bolacha, um salgadinho, um brinquedo, um livro uma roupa. Não importa. A criança aprende a consumir cada vez mais cedo.

Um terço da culpa é dos pais que acabam cedendo com mais facilidade para compensar as ausências, ou por terem vergonha dos ataques histéricos dos filhos dentro da loja ou até mesmo para compensarem a frustração de não terem tantas ofertas quando eles eram crianças. Outro terço da culpa é dos meios (televisão, internet e ponto de vendas) muito mais acessíveis e atraentes e o último terço é dos próprios filhos. Crianças, principalmente com menos de 6 anos, são superficiais, egocêntricas e imediatistas, o que faz com que desejem tudo o que vêem sem entenderem realmente para que precisam daquilo. É uma combinação explosiva de criança buscando autonomia e testando os pais, sendo super-estimulada pela mídia e recebendo em troca o que deseja, por causa da consciência pesada dos pais ou pela falta de paciência deles em sustentar a negação.

Então como conciliar o sim e o não e o que deve ser permitido ou negado ?

Esta é talvez a tarefa mais difícil na criação: a imposição de limites. É a partir de como os pais trabalham os limites que a criança moldará seu comportamento futuro. Muita permissividade cria adultos sem senso de realidade e respeito ao próximo e rigor ao extremo gera adultos frustrados que não se consideram merecedores de nada.

É importante lembra que na primeira infância a criança só consegue entender um ou dois atributos por vez, por isso é preciso cautela ao dialogar. Se você contar uma história muito complexa, ela não entenderá o seu ponto de vista e continuará pedindo tudo que vê.

Uma saída é a troca, ou seja um condicionamento com reforço positivo.

Exemplo: se a criança não quer se deitar no horário estipulado e fica “enrolando”, você pode fazer uma tabela com os dias da semana e cada vez que ela deitar-se no horário leva uma bolinha azul e quando ela não se deitar no horário leva uma bolinha vermelha. No final do período (mínimo 15 dias, caso contrário fica muito fácil) somam-se as bolinhas. Se a criança tiver mais bolinhas azuis ganha o presente que deseja.

Outra forma de fazer é desenhar uma escada e cada vez que a criança cumprir o horário uma estrelinha sobe um degrau, cada vez que descumprir, desce. Quando a estrelinha chegar ao topo a criança ganha o presente.

Nas duas formas é muito importante estipular os prazos e deixar as regras bem claras antes de começar a contagem, para que o condicionamento não perca credibilidade.

Desta forma a criança aprende que existem compensações, aprende a esperar e a escolher com um pouco mais de critério. É similar ao esperar para ganhar de dia das crianças ou de Natal de antigamente.

Sou particularmente defensora do respeito ao gosto dos filhos, que são indivíduos como nós. Não adianta querer vestir roupa azul se ele gosta de verde, mas também acredito na importância de colocar limites, pois existem coisas que não devem ser negociáveis. Elas são necessárias para que a criança cresça entendendo que existem certas obrigações que não podem deixar de ser cumpridas.

Enxergo três momentos diferentes na educação de um filho:

1. Condicionamento básico sobre educação e cidadania como não jogar papel no chão e dar a descarga. São conceitos que devem ser passados como naturalidade para que a criança incorpore à sua vida e se tornem ações automáticas.

2. Ações não negociáveis sobre saúde e higiene como tomar remédio e banho. Se não quiser vai na marra. Se vomitar toma outra dose.

3. Ações negociáveis que envolvem gosto pessoal. A negociação deve ser boa para ambas as partes. E neste caso entra atender ou não à alguns pedidos e a imposição de limites.

Consumir faz parte da sociedade em que vivemos. É a partir do que se consome que se mostra quem se é e a qual grupo se pertence, porém é preciso ensinar critérios desde cedo para que a criança torne-se um adulto consciente daquilo que consome.

Com crianças um pouco maiores é uma ótima oportunidade de ensinar a lidar com valores, poupar para comprar, etc, mas crianças de até 6 anos ainda não estão maduras neurologicamente para compreender operações muito complexas, por isso o condicionamento pode ser de grande ajuda. O importante no final é ter coerência entre o que se fala e o que se faz para não confundir a cabecinha delas.

Bjs e boa sorte

Vivian Braunstein

domingo, 12 de julho de 2009

Retenção escolar – Parte 2


Para entender este artigo é preciso ler primeiro o da semana passada.

Como algumas mães me escreveram contando sobre seus filhos, que ficaram retidos pela idade mesmo estando aptos à alfabetização ou sobre os que passaram sem estarem prontos e precisaram refazer o 1º ano, resolvi pesquisar mais um pouco.

Acredito ter deixado bem clara a minha posição sobre ser extremamente louvável a idéia do governo em aumentar um ano no ensino fundamental principalmente para os alunos da rede pública. Com esta medida espera-se que a criança ao ingressar na escola ainda na fase do lúdico, tenha uma vivência agradável do ensino evitando-se assim a evasão no futuro, pois é muito melhor “pegar o gosto” quando o brincar ainda é mais importante do que no momento da obrigação.

Nas escolas particulares a coisa é um pouco diferente, pois a maioria das famílias coloca seus filhos por volta dos 3 anos e desta forma o ensino pode ser estruturado acompanhando-se o desenvolvimento neurológico da criança, principalmente em estabelecimentos que vão da pré-escola ao ensino médio, onde há coesão na linha do projeto pedagógico ao longo da vida da criança.

O que delimitou a faixa de ingresso no ensino fundamental foi a deliberação CEE nº 73/2008 que coloca a idade de 6 anos completos até 30/06 como limite.

Conversei com uma pedagoga para entender essa limitação e ela me explicou que os alunos em curso não serão retidos simplesmente pela idade, e sim aqueles que ingressarem na escola a partir de 2009. (Isso também não fica muito claro na deliberação)

Não tenho nada contra a retenção, desde que seja feita usando-se como critério o desenvolvimento neurológico da criança e sua capacidade em ser alfabetizada, e não a data de nascimento da criança dentro do mesmo ano. Relembrando ainda que o MEC recomenda que as atividades do primeiro ano não sejam uma “transferência” das atividades da antiga 1º série, e sim um período de transição da educação infantil para o ensino fundamental. Ou seja, em lugar nenhum se recomenda a alfabetização no 1º ano. Segundo a pedagoga com quem conversei, não está em nenhuma lei, mas muitas escolas trabalham com o ciclo de alfabetização que inicia-se no primeiro ano e termina no 3º ou 4º dependendo do projeto pedagógico da escola. Ela também comentou que às vezes tem crianças mais novas com maturidade para alfabetização e maiores que ainda não estão maduras.

Acho que este assunto ainda dará muita discussão, mas continuo acreditando na avaliação individual feita em conjunto entre escola e pais, pois não existe criança padrão.
Espero ter esclarecido algumas dúvidas de vocês.

Bjs e boa semana.

Vivian Braunstein

domingo, 5 de julho de 2009

Retenção escolar antes do primeiro ano


Ao procurar uma nova escola para meu filho esta semana me deparei com uma informação que desconhecia. CRIANÇAS COM 6 ANOS COMPLETADOS À PARTIR DE 01 DE JULHO FICARÃO RETIDAS NO ÚLTIMO ANO DA EDUCAÇÃO INFANTIL, pois o ingresso ao primeiro ano só será permitido a quem completar 6 anos até 30 de junho.

Obtive esta informação em 4 escolas de primeira linha na cidade de São Paulo, com a justificativa de que era uma nova lei e as escolas tem até 2010 para se adequar. Como meu filho cairá nesta “malha fina” e não sou uma pessoa que se conforma muito com retrocessos, a não ser que muito bem justificados, fui investigar.

Encontrei as leis 9394/1996; 11.114/2005 e 11.274/2006 sobre educação, que regulamentam as novas diretrizes escolares e que aumentam o ensino fundamental (6 a 14 anos) de 8 para 9 anos. Mas não encontrei nenhuma referência ao semestre de nascimento da criança. O que achei foram vários sites e blogs que analisam as leis e que deixam claro que seu intuito é aumentar a permanência escolar sem causar rupturas ou traumas ao processo de aquisição do aprendizado. Também fica claro nesta discussão que não se trata de “baixar” o ingresso à antiga primeira série, onde se dava o início da alfabetização e sim criar uma ponte entre a pré-escola e o ensino fundamental.

É claro que esta medida foi tomada para dar um pouco mais de condições às crianças que freqüentam a escola pública, pois se não é obrigatório, muitos pais não matriculam seus filhos. Infelizmente esta é a realidade do nosso país, onde a população carente nem sempre tem compreensão da importância do ingresso dos filhos na escola.

A idéia é super válida, mas as escolas particulares parecem ter definido algumas regras que sinceramente não encontrei. Aliás estão completamente em oposição ao pretendido pelo MEC, que mostrou intenção em fazer a criança se interessar pela escola e não o contrário.

Se ela tem maturidade suficiente para seguir porque ficar retida? De onde saiu esta data de 30 de junho como limite? Se alguém souber favor me avisar, pois realmente não encontrei.

O que achei foi um power point com as explicações do MEC e o blog de um assessor jurídico de Recife afirmando que se a criança tiver 6 anos incompletos, mas maturidade suficiente, deve ir para o segundo ano, sem cursar obrigatoriamente o primeiro. Conheço pais de alunos de escola pública que conseguiram isso.

Outro “gato” que está acontecendo na prática é que as escolas estão afabetizando no primeiro ano, ao contrário do sugerido pelo MEC. O que pareceu é que a lei oficializou o antigo pré-primário, mas as escolas “puxaram” um ano. O que isso reflete na prática?
Muitas crianças ainda não estão aptas a serem alfabetizadas com 6 anos (independente de serem do primeiro ou segundo semestre) e a experiência do primeiro ano vira uma angustia para elas, para os pais e para a própria escola.

Meu conselho a todos que tem filhos entre 4 e 5 anos com aniversário no segundo semestre é que conversem com a coordenação pedagógica da escola aonde seu filho estuda e verifique como a lei está “afetando” a escola. Algumas já estão separando as turmas no último ano para evitar rupturas bruscas.

Por mais que a escola “jure de pé junto” que a criança se adapta bem, nem sempre isto é uma realidade. Até os 7 anos ela está formando seus conceitos e sua personalidade e consegue absorver um ou dois atributos por vez. É mais ou menos como se sua compreensão fosse em 2D enquanto a de uma adulto é em 3D. Por isso é muito importante a parceria pais-escola na definição de qual a melhor solução individual, a fim de preservar o bom desenvolvimento da criança para que este fato não se torne um problema mais para frente.



domingo, 28 de junho de 2009

Personagens


Esta semana apresentei a monografia de conclusão do meu MBA, falando sobre personagens e consumidor infantil. Foi um início de semana tenso, mas compensador, pois tiramos 10.

Gostaria de agradecer a todos que de alguma forma colaboraram para tornar este sonho realidade. Às amigas do grupo que se dedicaram brilhantemente, à nossa orientadora, às profissionais da banca por seus comentários pertinentes e construtivos, aos amigos queridos que colaboraram com a pesquisa, àqueles que mesmo não tendo filhos pequenos torceram e nos apoiaram mas principalmente gostaria de agradecer ao meu marido e filho que suportaram até que bem as minhas ausências.

Estou feliz e quero compartilhar com vocês um pouco da influência que estes misteriosos seres em 2D podem exercer sobre as crianças. Em nossas pesquisas constatamos que vários profissionais sérios da área de psicologia e pedagogia já se renderam aos personagens de animação por constatarem (através de pesquisas de campo) que sua influência é mais benéfica do que maléfica.

A criança, ao entrar na fase da fantasia, por volta dos 3 anos, identifica-se com os personagens bons, mesmo que eles usem de pequenas trapaças para conseguir se defender. É o caso do Pica-Pau. Assim como vários pais, sempre acreditei que fosse um personagem antiético e maldoso, mas um estudo da LAPIC (Laboratório de pesquisa sobre a infância, imaginário e comunicação ECA – USP) conduzido por Elza Pacheco concluiu que a criança não enxerga a violência e sim a vitória do pequeno sobre o grande através da astúcia.

Muitas mães não acreditam que os personagens tragam benefícios aos filhos, mas se dosados, podem sim ajudar a construir uma relação mais segura com o mundo real. Que criança não acordou no meio da noite com medo de algum tipo de monstro? Ter um super-herói ou um príncipe à mão para acalmá-la pode ser uma boa pedida.

E a dificuldade em passar a criança do berço para cama ? Um lençol do Barney não ajudaria ? Esta foi a principal motivação que me conduziu a este tema.

É muito difícil argumentar algumas coisas com a criança, pois na fase de oposição ela simplesmente não quer ouvir. Alguns estudiosos do comportamento afirmam que os condicionamentos são muito mais fáceis quando o reforço é positivo e não negativo, por isso a criança responde melhor ao estímulo “se comer ganha o chocolate depois” do que “se não comer, não ganha o chocolate”. Existem psicólogos e pedagogos que não concordam, mas na prática é muito mais fácil convencer a criança através de gratificações do que através de palavras.

Vamos criar seres consumistas ? Talvez, mas tudo na vida funciona a base de trocas. Podemos até trabalhar naquilo que gostamos, mas o fazemos pela remuneração. Não estou aqui para julgar a sociedade em que vivemos, nem tenho base para isso, mas para tentarmos tirar melhor proveito dela a fim de termos uma vida feliz e criarmos filhos que se adaptem da melhor maneira possível neste mundo cada vez mais maluco em que vivemos.

A fase da fantasia existe, e pode atingir a criança em maior ou menor grau, dependendo da influência que sofre da família, amigos e das mídias. A melhor forma de lidar com ela é direcionando seu filho pelo caminho que você acredita ser o correto. Alguns pais estimulam mais e outros menos. O que não se deve fazer é proibir ou ignorar. É importante se fazer presente aproveitando o gancho para introduzir os seus conceitos de valores.

Em oito meses de estudo sobre este assunto me deparei com autores que acreditam no uso de audiovisual (desenho animados e programas educativos) em sala de aula e outros que reprovam totalmente estas técnicas.

Acredito que como tudo na vida, se a fantasia for estimulada na dose certa, pode conduzir sim a criança à fase adulta de uma forma mais tranqüila, mas qual é esta dose irá depender da criança e do meio aonde está inserida.

Cabe aos pais encontrar este ponto de equilíbrio e aplicar no dia a dia, pois os personagens são uma realidade na vida da criança e por mais que você não acredite ou estimule, ela dará um jeito de tê-lo por perto, nem que seja somente em sua imaginação.

Bjs e obrigada

Vivian Braunstein

sábado, 20 de junho de 2009

Campanha de vacinação

Como hoje foi dia de campanha de vacinação contra pólio vou falar um pouco sobre vacinas.
Deveria ser um assunto corriqueiro como comer ou tomar banho, mas ainda existe polemica entorno dele e encontro pessoas que são resistentes às vacinas, inclusive pediatras. Já ouvi de várias mães frases como “o pediatra do meu filho falou para não dar as gotinhas da campanha!!!!!” ou “conheço um amigo que tem um amigo que deu a vacina e a criança ficou doente!!!!!!”
Tudo bem, cada um sabe da responsabilidade que tem quando põe um filho no mundo e como diz o ditado popular “sua cabeça seu guia”. Mas convenhamos, se o mundo todo realiza campanhas e a grande maioria dos médicos recomenda, elas devem funcionar. Várias doenças que um dia foram epidemias estão erradicadas por causa das vacinas.

Realmente algumas vacinas como a contra meningite podem dar febre, é uma reação natural do organismo, mas normalmente os médicos que aplicam a vacina avisam aos pais e prescrevem anti-térmico.

O único problema que vejo na vacinação é que algumas não são encontradas na rede pública, o que faz com que alguns pais não as dêem por não ter condições, porque vacina é uma medicação cara.

Mas de qualquer forma é super importante vacinar os filhos garantindo sua saúde e a das crianças com quem eles se relacionam.

Na primeira vacina do meu filho (com dias de vida) não consegui entrar na sala, mas dei. O pai segurou e eu fique fora chorando mais do que ele, mas tinha consciência de que é melhor a dor da picada do que a da doença ou pior da perda por falta de prevenção.

As vacinas ativam os sistemas de defesa do organismo, criando imunidade contra as doenças que elas previnem.
Peguei uma definição de vacina bem fácil de entender no site Sua Pesquisa:

“Vacina é uma substância produzida com bactérias ou vírus (ou partes deles) mortos ou enfraquecidos. Ao ser introduzida no corpo do ser humano, a vacina provoca uma reação (imunização) do sistema imunológico, promovendo a produção de anticorpos (leucócitos) contra aquela substância. Desta forma, a vacina prepara o organismo para que, em caso de infecção por aquele agente patogênico, o sistema de defesa possa agir com força e rapidamente. Assim a doença não se desenvolve ou, em alguns casos, se desenvolve de forma branda.O pesquisador francês Louis Pasteur foi o pioneiro nas pesquisas com vacinas. Foi ele que desenvolveu a vacina anti-rábica (contra a raiva, doença transmitida aos homens por animais).

Atualmente, existem vacinas para diversas doenças (gripe, malária, poliomielite, febre amarela, rubéola, tétano, etc.) e até mesmo contra determinados tipos de alergias. As campanhas de vacinação, coordenadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) têm conseguido controlar e, em alguns casos, até mesmo erradicar doenças.”

E aí, depois de tudo isso vai arriscar não dar?

Se você não levou seu filho a um posto volante da campanha tente levar segunda no posto de saúde ou numa clinica particular (quando é vacinação de campanha eles dão gratuitamente). Não brinque com a saúde de seu filho. Um dia ele irá lhe agradecer.
Abaixo o calendário recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria – 2009.


Fonte : http://guiadobebe.uol.com.br/cvacina/calendario_de_vacinacao.htm acessado em 20/06/09

Bjs e boa sorte

Vivian Braunstein

domingo, 14 de junho de 2009

Internet Parte 2 – Sites de Games para crianças pequenas

É inevitável. Hoje a maioria das casas tem um computador plugado na internet e as crianças cada vez mais cedo querem desvendar esse mundo mágico por traz da tela.


É mais ou menos o mesmo efeito que a televisão causou na minha geração (isso foi antes da Xuxa, Angélica, Mara e Eliana) onde só podíamos assistir a determinados programas como Vila Sésamo, os Trapalhões e alguns desenhos dos Estúdios Hanna-Barbera. Feliz de quem tinha TV à cores. Na maioria das casas o aparelho transmitia em preto e branco e todo mundo era feliz, inclusive quem não tinha TV e ia assistir na casa do vizinho.


Hoje, a televisão é um eletrodoméstico normal assim como a geladeira ou o micro-ondas, mas o computador é uma “novidade” que deixa as crianças fascinadas. Nele, elas podem assistir vídeos de seus desenhos favoritos a hora que desejam e podem jogar on-line.


Selecionei alguns sites que trazem games on-line interessantes, educativos e divertidos:

Nick Jr

Versão pré-escolar do canal Nickelodeon, o site americano traz jogos dos principais programas do canal (muitos deles passam no Brasil no Discovery Kids) : Backyardigans, Lazytown, Dora a Aventureira, Go Diego Go, As pistas de Blue, Wow Wow Wubbzy, Max & Ruby, são alguns deles.



É um site bem simples de navegar. Basta selecionar o programa e surgem as opções de games, música, e impressão de figuras para colorir. Existe o ícone de vídeo, mas nunca consegui acessar. Pode ser um problema na minha máquina (tipo versão de Flash) ou realmente este recurso não esteja disponível fora dos Estados Unidos.


Os jogos são diferentes para cada programa, mas respeitam os principais tipos de game desde vestir o personagem (que crianças com 4 anos adoram), até conseguir cumprir a missão; passando por provas de corrida e jogos de tabuleiro. Com imagem gráfica bem elaborada os jogos dos Backyardigans, da Dora e do Diego são os mais interessantes. Porém todos têm grau de dificuldade compatível com a faixa, nem muito “bobos” nem muito difíceis.

http://www.nick.com/common/bumpers/go.jhtml?isInHouse=false&wBumper=external&destination=http%3A//www.nickjr.com/

O Site Brasileiro é bem mais simples e tem menos opções de jogos.

http://mundonick.uol.com.br/nickjr/shows/?_requestid=410589


Discovery Kids

O site do canal preferido da garotada entre 2 e 5 anos também é recheado de jogos. Comandado pela mascote do canal, o cachorrinho Doki, as crianças podem brincar de quebra-cabeça, de encaixar formas e bichos, de encontrar letras e números e de karaokê. É um site fácil de navegar, mas é pesado, por isso se você não tem muita memória em sua máquina pode se tornar lento.
Com boa resolução gráfica, os jogos acompanham a proposta educativa do canal, por isso são bem fáceis e em sua maioria rápidos. Mais indicado para crianças de 3 a 4 anos.

http://www.discoverykidsbrasil.com/jogos/

Disney Channel


O site do canal traz poucas opções de jogos. O destaque fica para as fadas. Nova aposta da Cia. Disney, que busca repetir com elas o sucesso das princesas, ganharam uma página interativa especialmente delas, onde as crianças podem criar sua fadinha, escolhendo o poder, o tom da pele, a cor do cabelo, o tipo e cor dos olhos, a forma das asas, as roupas, os acessórios e a decoração da casa. Uma delícia para as meninas. Ao final podem salvar o avatar da fada e sua casa, que fica disponível para comentários. A criança pode comentar também a fada de outras crianças.

http://www.disney.com.br/fadas/

Quanto a outros jogos, o site oferece três opções sem grande complexidade ou elaboração. Não é um site muito fácil de navegar, mas também não é completamente impossível se divertir nele. O mais interessante fora as fadas, são os clips dos filmes da Cia.

http://www.disney.com.br/jogos/

Cartoon Network

O site é basicamente de games on-line. É claro que o destaque fica para o novo jogo do Ben 10. É um joguinho básico onde o avatar do personagem anda da esquerda para direita pegando moedas e matando alienígenas, nada que o Sonic não tenha feito no início da década de 90, mas é divertido. Quando entrei no site achei que encontraria jogos para crianças maiores, mas uma de 4 anos joga tranquilamente. Já o jogo do Star Wars (a nova aposta do canal) é uma versão atualizada dos arcades (aquelas máquinas de fliperama que consumiam toda nossa mesada) com resolução gráfica de altíssima definição. É difícil para uma criança pequena, mas bem divertido para os maiorzinhos.


Os outros jogos são dos personagens “a gente faz o que quer” do canal, ou seja, o que usa meleca de nariz para fugir do mal e assim vai. Nada que valha realmente a pena.

http://cn3.cartoonnetwork.com.br/

Sítio do Pica Pau Amarelo

O site do programa (que ainda passa na TV Futura – Net 32) traz alguns joguinhos bem fáceis e com resolução bem simples, mas é divertido ajudar a Emília a empurrar as canastras ou o Rabicó a selecionar o lixo reciclável. Para aqueles que já sabem ler e escrever dá para brincar de forca com o burro falante. Vale uma espiada.

http://www.globo.com/sitio

Provedores

Os provedores de internet costumam ter uma área de jogos para crianças. No UOL, os jogos são bem simples em temática e resolução. O destaque fica para vestir a Britney Spears, Como a moça anda meio caída não precisa nem dizer que é ela, pois as meninas vão achar que é a Barbie. O mais legal é a possibilidade de fazer sobreposição de peças, o que não vi em nenhum outro jogo do gênero. E só.

http://criancas.uol.com.br/jogos/

A área de jogos do IG foi uma grata surpresa. Organizado e repleto de opções. Devem ter mais de cem jogos, muitos deles bem simples e chatinhos de jogar, mas outros interessantes. Foi no site do provedor que encontrei os personagens do Cartoon que as crianças pequenas gostam com Scooby Doo, Tom e Jerry e Frajola que não estão em seu próprio site. Encontrei também jogos do Castelo Ra-Tim-Bum, do Mickey, do Bob Esponja e dos Padrinhos Mágicos. Não entrei em todos, mas achei alguns difíceis sem ler as regras (muitas em inglês) antes.

http://iguinho.ig.com.br/jogos.html

Espero ter colaborado com a diversão.

Bjs e boa sorte

Vivian Braunstein

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Doenças de Outono


O outono traz com ele além do frio algumas doenças muito comuns na infância. Isso porque o tempo fica mais seco, a poluição não se dispersa, as pessoas freqüentam lugares fechados e acabam tendo uma alimentação mais “pesada” o que pode causar queda na imunidade. Por estes motivos, as crianças, principalmente abaixo dos 5 anos ficam extremamente suscetíveis às chamadas doenças de outono.

A maioria delas é transmitida pela saliva através das gotículas que saem dos espirros e da tosse, por isso acontecem com mais freqüência em crianças que vão à escola onde estão em maior contato com outras crianças. As doenças mais comuns são as do aparelho respiratório, como resfriados, gripes, rinite, alergia e pneumonia.

O resfriado é uma doença leve das vias aéreas superiores (nariz e garganta) que nem sempre provoca febre, mas apresenta coriza e espirros, já a gripe ataca além do nariz e garganta, também os pulmões provocando febre alta, dores pelo corpo e na cabeça. Ambos são normalmente causados por vírus, são contagiosos e não tem medicação a não ser para os sintomas.

As rinites e alergias são reações do organismo à fumaça, poeira e poluição. Podem até provocar febre, mas os principais sintomas são irritação do nariz, boca e garganta. Neste caso também só há medicação para os sintomas, mas não são doenças contagiosas.

A pneumonia é uma doença grave, infecciosa e contagiosa causada por bactéria, vírus, fungos, parasitas ou aspiração (ex: refluxo que vai para o pulmão). Os sintomas são: tosse com secreção esverdeada ou marrom, dor no tórax, febre alta, falta de ar e calafrios. A melhor prevenção é a vacina dada de duas a quatro doses até o segundo ano de vida, mas se a criança contrair a doença, deve ser tratada com antibióticos.

Muito comum também são as otites e amigdalites. A otite é a denominação médica para infecção de ouvido. A mais comum é a Otite Média que acontece normalmente durante ou após infecções das vias respiratórias ou da garganta, quando o catarro em excesso segue para tuba auditiva. É causada por bactérias ou vírus podendo também acontecer se a criança tem o hábito de mamar deitada. Os sintomas são: dor intensa no ouvido, febre alta, diminuição da audição, falta de apetite podendo ou não ter secreção local. Um médico deve ser consultado sempre que surgirem os sintomas, pois o tratamento se dá através de antibiótico e as conseqüências de otites mal tratadas podem ser até a perda da audição.

A amigdalite é uma doença altamente contagiosa que pode ser causada por vírus ou bactéria. Caracteriza-se por dor de cabeça, de garganta e de ouvido, febre alta, dificuldade para engolir, calafrios, mudança de hálito, de paladar e de olfato, dores musculares, dor de barriga e vômitos. Quando é viral, só é possível tratar os sintomas, mas quando é bacteriana apresenta placas de pus na garganta e deve ser tratada com antibiótico pois se mal curada pode transformar-se em febre reumática.

Quando a bactéria da amigdalite libera uma toxina, “pinta” a pele da criança com manchas vermelhas e texturizadas (parece uma lixa), numa doença chamada escarlatina. Também é altamente contagiosa e deve ser tratada com antibiótico. A escarlatina é uma doença que se não for tratada pode virar nefrite ou febre reumática.

A profilaxia em qualquer um dos casos acima, principalmente quando a doença é causada por bactéria varia de acordo com a filosofia do médico. Já ouvi pediatras que recomendam doses menores de antibiótico que as do tratamento, para aqueles que não estão doentes, mas tiveram contato com crianças doentes, como conheço médicos que não concordam com esta prática.

Contudo a maioria deles recomenda evitar o contato com crianças doentes, lavar sempre as mãos, não compartilhar objetos pessoais, evitar aglomerações, beber bastante água, se alimentar bem, lavar o nariz (lembram dos 10ml de soro fisiológico ?) e evitar ambientes poluídos. Algumas recomendações são quase impossíveis da praticar ou seu filho não irá à escola durante todo o inverno, mas é importante conversar com ele para que não espirre e nem tussa no rosto dos amiguinhos e evite colocar a mão suja na boca.

As soluções “caseiras” para prevenir e aliviar os sintomas e que não atrapalham no tratamento é ingestão de vitamina C, presente em frutas cítricas e no tomate, (para dar efervescente só com consentimento do médico), lavar bem o nariz e fazer inalação com soro fisiológico. Uma bacia com água no quarto, na hora de dormir umedece o ambiente e evita o ressecamento das narinas.

Assim como sempre, não bobeie, se seu filho tiver febre (alta ou baixa) não importa. Leve ao médico !!!!!!!!! Mas de um se não confiar no diagnóstico, pois a maioria das vezes as crianças ficam doentes de madrugada ou nos finais de semana e nem sempre confiamos plenamente no plantonista do pronto socorro por mais competente que ele seja.

É de extrema importância diagnosticar e tratar essas doenças tanto para a garantir a saúde da criança infectada quanto das que tiveram contato com ela, e não esqueça de avisar a escola, para que outras mães fiquem prevenidas.

Ninguém tem culpa de ficar doente, por isso não procure culpados nem se justifique se seu filho adoecer, pois por mais zelosa que possa ser, as crianças, principalmente nos primeiros anos escolares pegam essas doenças mesmo.

Existem outras que acontecem com menor freqüência nesta época do ano, mas não citei porque a maioria delas tem vacina e quase não aparecem mais.

Bjs e boa sorte.

Vivian Braunstein

Sites consultados:

http://hospitalinfantilsaocamilo.com.br/noticias_008.html

http://doencas3302.blogspot.com/

http://www.vaniaassaly.com.br/artigos.asp?artigoID=26

http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3992&ReturnCatID=1765

http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=4779&ReturnCatID=1787