Esta semana vou fazer a festa de aniversário de 4 anos do meu filho e como temos um alto número de convidados (graças a Deus que temos amigos!) resolvi fazer uma festa caseira só para não passar em branco.
Meu filho escolheu um tema incomum para a idade (que não vou revelar para não estragar a surpresa, pois muitos dos meus leitores são convidados), e como não encontrei, resolvi montar a decoração. Ao sair para região da 25 de março constatei aquilo que havia teorizado no trabalho de conclusão do meu MBA. Está cada vez mais raro, mesmo nas regiões de comércio popular, encontrar temas que não sejam ligados aos personagens licenciados. Nas lojas de artigos para festa e nas de brinquedos, o que se vê é uma profusão de Ben 10, Batmam, Wolverine, Princesa, Barbie e afins.
O que aconteceu com os palhacinhos e ursinhos?
Não são mais populares entre a garotada e por isso não tem saída nas lojas, o que fez com que simplesmente desaparecessem. É muito interessante verificar que até as crianças de famílias com menor poder aquisitivo também desejem os personagens da TV e que seus pais se esforcem para comprar produtos de “marca”, afinal custam mais caro, mas também duram mais.
É uma característica marcante desta geração que se tornou “treinee” de consumidor. Eles já escolhem as marcas que desejam consumir, no caso os personagens, e o comércio popular não ficou alheio a esta movimentação. Existem lojas de brinquedo que importam diretamente personagens, como bonecos da turma do Peter Pan ou da turma do Scooby Doo. Sim “da turma” porque não dá para brincar com o Peter sem o Capitão Gancho, com o Scooby sem o Salsicha, com o Ben 10 sem os alienígenas, e assim vai.
Nossos filhos não brincam mais na rua (por questões de segurança), já usam a Internet antes de saber ler e escrever, assistem televisão desde a hora que levantam e acompanham os pais ao shopping e ao mercado. Tudo isso contribui para formação de seu comportamento futuro.
Sou uma apaixonada por personagens, e acredito que seus brinquedos ajudem no desenvolvimento infantil, mas também sou consciente de que precisamos educar nossos filhos para aprender a consumir.
Na fase pré-escolar, quando a criança está iniciando o processo de sociabilização, escolhe os personagens em razão do grupo ao qual pertence ou deseja pertencer e por isso eles ganham tamanha força.
Como lidar com isso é extremamente delicado. Alguns pais são contra o consumo exagerado dos personagens por não acreditar que tragam benefícios ao desenvolvimento de seu filho, enquanto outros pensam e agem de forma contrária.
O principal é não cortar totalmente este vínculo, pois a criança precisa da fantasia para tornar-se um adulto equilibrado. O que muda é que em época de globalização até a fantasia tornou-se pasteurizada. Cada família tem um grau de permissividade e tolerância com este assunto, mas não dá para coibir totalmente.
Deixe seu filho livre para sonhar e desejar ser o personagem que quiser, porém ensine-o a dosar. Não dá para comprar tudo o que vê, mas também não dá para ficar sem nada.
Os palhacinhos que me desculpem, mas este não é definitivamente o seu momento.
Bjs e boa sorte
Vivian Braunstein
Oi Vivian, tudo bem?
ResponderExcluirA Symantec divulgou semana passada mais alguns dados relacionados às crianças na Internet e eu achei que você pudesse se interessar.
De acordo com uma pesquisa realizada entre crianças e adolescentes de todo o mundo, os termos """"sexo"""" e """"pornô"""" estão entre as palavras mais buscadas por eles na Web. Os termos perdem apenas para: Youtube, Google, Facebook e Myspace.
A lista com as 100 palavras mais procuradas foi produzida depois que a Symantec avaliou 3,5 milhões de pesquisas feitas pela ferramenta OnlineFamily.Norton, que permite que os pais vejam o que crianças estão pesquisando e com quem estão falando em mensagens instantâneas e que redes sociais estão usando.
Se você desejar receber um material com mais informações, por favor me enviei um e-mail: giovanna.carvalho@edelman.com
Abraços