COMENTÁRIOS

Queridas mãe,

É sempre um prazer receber e compartilhar seus comentários à respeito dos post x suas experiências e dúvidas, todos sempre são publicados com muito orgulho, mas peço um enorme favor : NÃO MENCIONEM MEDICAÇÕES em seus comentários pois não poderei publicar. Não somos médicas e sim mães. Somente um médico pode receitar medicamentos e às vezes um remédio que é excelente para uma criança não faz efeito em outra podendo causar mais danos do que melhora.
Sei que posso contar com a compreensão e ajuda de vocês.

Obrigada por acreditarem nas minhas palavras e por compartilha-las.

Bj

Vivian Braunstein

PARA REFLETIR

Uma vez Fernanda Montenegro respondeu à Marília Gabriela que ser mãe é não dormir nunca mais. Concordo e acrescento: ser mãe é não parar de se preocupar nunca mais. Toda mãe é um pouco médica para cuidar, um pouco engenheira para construir com Lego, um pouco escritora para inventar histórias na hora de dormir, um pouco professora na hora de ensinar e muito mãe na hora de amar.







domingo, 29 de março de 2009

Violência contra criança – negligência, maus tratos e abuso


Foto : Conselho Tutelar

Ultimamente não tenho muito tempo para nada, mas cada vez que ligo a TV nos canais abertos aparece um “Datena da vida” relatando casos de violência contra crianças e adolescentes. Acho que começou mais forte com o caso da Isabela Nardoni e como deu IBOPE, estes telejornais sensacionalistas continuaram explorando o assunto. Não gosto deste tipo de exploração, mas convenhamos é um tema que precisa ser exposto e discutido, pois a violência contra as crianças precisa acabar. É inadmissível que alguém queira ter domínio total sobre uma criança. Aliás, é inadmissível alguém que queira ter domínio sobre qualquer ser humano.

Para quem ainda não entendeu: crianças são pessoas !!! Tem personalidade própria desde que nascem e merecem ser respeitadas como tal. É claro que em pouca idade testam os limites e às vezes a paciência dos pais, mas merecem toda atenção, carinho e amor. É obrigação dos pais ou responsáveis dar cuidados e proteção àqueles que ainda não tem maturidade para cuidarem-se sozinhos.

Quando os pais negam estes cuidados, por falta de atenção ou interesse, quando as punições são severas demais, ou quando os parentes se acham tão donos das crianças que podem fazer com elas o que bem entendem até mesmo abusando sexualmente, causam danos físicos e psicológicos, na maioria das vezes irreparáveis, que se traduzem em desequilíbrio emocional na fase adulta ou pior na morte da criança.

Segundo os Conselhos Tutelares de todo o país, as denúncias de violência contra crianças somaram 186.415 registros, de 1999 a 2008. Pelo Disque 100, sistema telefônico implantado em 2003, são 54.889 registros de casos por negligência ou agressão física e psicológica, sendo 242 seguidos de morte. Já o Laboratório de Estudos da Criança (Lacri), da USP, que acompanha as denúncias através de diversas fontes e em todo o país, foram registradas 532 mortes entre 2000 e 2007. Ainda segundo o Lacri, somente 10% dos abusos são denunciados (fontes: Ministério Público Federal e Jornal O Globo).

Vocês devem estar se perguntando, os porquês. A resposta infelizmente é simples e dolorosa. A maioria dos casos de violência contra criança é praticada por conhecidos: pais, parentes, agregados e amigos da família em ambientes supostamente seguros, como a residência e a escola. O que acontece, é que a criança não entende os atos como agressão, pois são praticados por seus modelos comportamentais, e acabam não falando o que está acontecendo. Foi o que aconteceu com Isabela. Ela adorava o pai e não “entendia” as agressões que sofria como abusos. Então como identificar se a criança está realmente sendo mal tratada?

Todos os artigos que pesquisei relatam a dificuldade em identificar a violência. Somente em casos de infecções e febre é que a maioria dos pais leva as crianças ao hospital e os médicos detectam os sinais da violência. Professores estão sendo treinados para detectar as agressões, mas e as crianças que não vão à escola ?

Com certeza crianças apáticas, sem brilho no olhar, sem vitalidade, que não brincam, não se sociabilizam e que tem medo de tudo são prováveis vítimas, mas é preciso cuidado, pois nem sempre é assim. Estes também são sintomas de doenças psicológicas que não tem nada a ver com maus tratos.

O que é certo é que a violência contra a criança acontece no mundo todo e em todas as camadas sociais e é nosso dever fazer alguma coisa para diminuir isso. Torno a repetir, uma criança tem que ser cuidada com amor e carinho, para que se transforme num adulto que tratará suas crianças com amor e carinho num circulo virtuoso e não num circulo vicioso de agressão e maus tratos. Só assim seguiremos para um mundo realmente melhor.

Boa semana

Vivian Braunstein

domingo, 22 de março de 2009

Circo


Há 15 dias levei meu filho ao circo. Fazia tempo que ele pedia para ir, então, lá fomos nós num domingão, calor de uns 35º ficar 2 horas embaixo da lona. Tirando o calor insuportável para quem está acostumado a teatros e cinemas com ar condicionado de congelar pingüim, foi uma grata surpresa.

Desde o surgimento do Circo de Soleir, os circos mudaram seu foco eliminando os números com animais enjaulados (graças a Deus), e passaram a mostrar shows de acrobacias e de movimentos rítmicos. É claro que um circo escola não tem os mesmos parâmetros do que o circo francês, mas o espetáculo não decepciona. Os palhaços, acrobatas e malabaristas garantem a diversão e prendem a atenção.

Pesquisei um pouco sobre circos e descobri coisas interessantes a respeito das práticas circenses. Alguns profissionais da área de educação física recomendam os exercícios para melhorar a atenção, a persistência e a noção de respeito e colaboração, melhorando a coordenação motora e a auto estima das crianças pois os movimentos trabalham as habilidades físicas, a flexibilidade, o ritmo, a resistência e a noção espacial. Para quem está do outro lado do picadeiro, o circo traz, além da diversão, noções de valores cívicos morais e sociais.

Não vou recomendar nenhum circo em especial. Só fui a um, mas digo que vale a pena procurar algum para levar os filhos. É um espetáculo interessante e diferente que enriquece o repertório das crianças. Tem um valor cultural secular, sem contar que muitos deles são estrelados por ex-crianças carentes que encontram novas perspectivas de vida e uma profissão digna. Acho que existe espaço para o circo conviver lado a lado com a TV a cabo e com a Internet. Quanto mais ricas forem as experiências na infância maiores as chances das crianças serem adultos equilibrados.

Bjs e bom divertimento.

Vivian Braunstein

domingo, 15 de março de 2009

Gêmeos na mesma sala de aula

"A cumplicidade entre gêmeos é um privilégio, mas pode distanciá-los do convívio social; cabe a pais e educadores incentivar o desenvolvimento autônomo, sem prejudicar a intensa ligação afetiva dessas crianças” (Paola Emilia Cicerone).

Um amigo me pediu que escrevesse sobre a conveniência de irmãos gêmeos estudarem na mesma classe. Tenho mais alguns amigos que também tem filhos gêmeos, então vale para eles também. Pesquisei sobre o assunto e as opiniões divergem.

A psicóloga italiana, Piera Brustia é contra gêmeos na mesma sala de aula. Ela acha que a cumplicidade entre os irmãos pode isolá-los das outras crianças a ponto de fazê-los perder o interesse por outras pessoas e prejudicar o desenvolvimento autônomo de cada um. A psicóloga recomenda que sejam levados em conta os interesses individuais de cada um, inclusive nas escolhas pessoais como brinquedos e roupas.

Já Patrícia Maxwell Malmstrom, autora do livro “Criando filhos gêmeos” não vê problemas em colocar os irmãos/ irmãs na mesma sala. Para a autora ao contrário do que diz a psicóloga italiana, os gêmeos devem ficar na mesma sala pelo menos até o ensino fundamental.

Li alguns depoimentos de educadores de escolas de São Paulo, e todos dizem que a análise vai depender do caso. Conheço escolas que juntam e outras que separam. Li também o depoimento de outras psicólogas brasileiras e elas concordam com a colega italiana, achando que as crianças devem ficar separadas.

Assim como todos os assuntos referentes ao comportamento, existem atitudes que pertencem à raça humana e ao inconsciente coletivo e outras decorrentes da personalidade de cada um, por isso é muito difícil generalizar. Conheço gêmeos que ficam bem juntos e outros que não se adaptam ao serem separados. O ponto comum das opiniões que colhi é que a identidade de cada um deve ser preservada, as comparações evitadas e a convivência com outras crianças estimulada.

Posso dar aqui minha opinião. Acho que se for possível separar, separe. Com certeza será uma experiência muito mais enriquecedora para os gêmeos. Caso não seja possível por falta de duas turmas, ou até por problemas de adaptação de um irmãos / irmãs, é interessante conversar com a professora e com a orientação da escola para que a sociabilização seja estimulada mesmo que na mesma classe.

Deixo aqui a referência dos dois livros que encontrei sobre o assunto, mas não li e não sei se são bons (sendo bem sincera).


Bjs e boa semana.

Vivian Braunstein

quinta-feira, 5 de março de 2009

Problemas de respiração e fala



Esta semana vou falar de um assunto sério que às vezes não é percebido pelos pais. Com a ajuda da *Dra. Andréa Fermoselle Pires Silva, minha cunhada fonoaudióloga, agrupei alguns textos dela relatando os problemas de fala e respiração mais comuns na infância.

CHUPETA

Se alguém disser que não tentou dar para seu bebê é mentira. A maioria dos pais tenta fazer com que seus filhos peguem a chupeta quando bebês porque é um calmante natural que faz com que se sintam reconfortados e gratificados pela sucção (acham que sai leite de tudo que levam à boca). “Portanto, chupar é importante não só para a sobrevivência física do bebê como também favorece o desenvolvimento da sua formação psíquica e afetiva.” O problema surge por volta dos 3 anos, quando a criança não quer largar a chupeta espontaneamente. Segundo a Dra. Andréa existem algumas dicas para que seu filho / filha largue a chupeta, como ir limitando aos poucos o uso “só para dormir”, ou deixa-la “dormindo” guardada num lugar especial como uma gaveta ou caixa e tentar fazer com que ele / ela “troque” o chupar chupeta por alguma atividade “de gente grande”. A retirada da chupeta é de extrema importância após os 3 anos para evitar problemas dentários e do céu da boca.
Minha outra cunhada, que não é fono, mas mãe de 2 pequenos usou o recurso da Fada (pode ser o Papai Noel ou o Coelinho da Páscoa, mas eles só vem em datas específicas). Fez meu sobrinho pendurar a chupeta no terraço que a fada trocaria por um brinquedo. Ele quase destrocou, mas no fim a mãe foi firme e deu certo.
Espero que vocês tenham mais sorte do que eu, pois nem coisa de gente grande, nem fada, meu pequeno quer mesmo é a “pêpê”.

DISFLUÊNCIA FISIOLÓGICA

Não precisam se assustar com o termo. A disfluência fisiológica ou infantil é a popular gagueira, que acontece por volta dos 3 anos. “A gagueira é um quadro muito mais complexo: além das repetições, ocorrem os bloqueios, que são aquelas interrupções da fala, e estes são mais intensos e incomodam muito mais – falantes e ouvintes – do que as repetições. Para completar o quadro, há os sintomas de ordem afetivo-emocional: medo de falar, fuga de situações de comunicação, tiques. Os sintomas emocionais aumentam a tensão do gago e intensificam as repetições e bloqueios.” A Dra. Andréa recomenda uma visita ao fonoaudiólogo para o diagnóstico e eventual tratamento além de muita paciência para não piorar o problema de seu filho / filha. Sua sugestão para minimizar eventuais constrangimentos é não tratar a gagueira como doença e deixar a criança terminar a palavra/ frase sozinha.

DISFONIA INFANTIL

Outro termo difícil para mais um problema conhecido: A rouquidão. A voz é produzida através da vibração causada pela passagem de ar pelas pregas vocais (garganta) e pela ressonância desse som na boca. Quando há alguma falha neste processo aparece à rouquidão. A Dra. Andréa também dá dicas para minimizar este problema como falar baixo, devagar e sem esforço; evitar falar em lugares muito barulhentos; evitar imitações de animais e personagens que exijam esforços; tomar muito líquido; evitar líquidos muito gelados com o corpo quente e evitar ambientes poluídos.

DISLALIA

Mais um termo difícil para uma velha conhecida, a má articulação das palavras através da troca de sílabas e /ou fonemas. É comum crianças pequenas falarem um pouco errado quando começam a pronunciar as primeiras palavras, mas depois é preciso ficar atento à origem da dislalia para não prejudicar a alfabetização. É importante procurar a orientação de uma fono e um otorrino para fazer exames e detectar se a criança ouve direito, pois pode ser um problema de fala ou de audição. O otorrino do meu filho já me alertou sobre problemas auditivos na fase pré-escolar que podem desencadear a “Síndrome de deficiência auditiva”, aonde a criança simplesmente não responde ao estimulo sonoro. É literalmente o “falar com a parede”. Otites de repetição podem colaborar para o quadro.

RESPIRAÇÃO ORAL

Vai parecer obvio o que vou dizer, mas muitas vezes isto não acontece na vida real: A respiração deve ocorrer pelo nariz!!!!!!! Muitas crianças respiram pela boca devido às obstruções nasais. Este fenômeno acarreta em alterações na face e na arcada dentária, no aparecimento de olheiras, as abas nasais ficam hiperventiladas, surge o mau hálito, o sono fica agitado com presença de baba e ronco, a criança fica sonolenta, tem dificuldade de aprendizado, baixo rendimento físico, falta de apetite e postura incorreta. A respiração oral afeta a musculatura do rosto e impede o fechamento dos lábios. É um problema sério que deve ser tratado em conjunto pelo pediatra, otorrino, fono, alergista, dentista e fisioterapeuta.


Nos primeiros anos de escola é muito comum aparecerem os resfriados, já que a imunidade das crianças ainda é muito baixa e as atividades físicas super estimuladas. Por isso é importante, volto a insistir, fazer lavagem do nariz para limpar a secreção. Isso evita além do entupimento nasal, a passagem da secreção para o ouvido. Mesmo não causando otite, a secreção diminui a atenção auditiva, podendo transformar seu filho/ filha em futuro aluno/ aluna disperso/ dispersa e com problemas de aprendizagem.
Segue novamente a receita: Aplicar 10ml de soro fisiológico a temperatura ambiente em cada narina (o frasco pode ficar fora da geladeira por uma semana, depois deve ser descartado). Eu uso uma seringa de antibiótico (tenho uma coleção delas). Seu filho / filha vai gritar, espernear, vomitar, parecer afogar (mas não se afoga) e por para fora uma massa espessa de catarro, mas posso garantir que há 6 meses, desde que comecei a fazer, meu pequeno não fica mais doente. A saúde deles agradece e nosso bolso também.

Fiquem em paz.

Vivian Braunstein

*Dra. Andréa Fermoselle Pires Silva – Fonoaudióloga especialista em motricidade oral – CRF 7691 – deiafermo@bol.com.br