COMENTÁRIOS

Queridas mãe,

É sempre um prazer receber e compartilhar seus comentários à respeito dos post x suas experiências e dúvidas, todos sempre são publicados com muito orgulho, mas peço um enorme favor : NÃO MENCIONEM MEDICAÇÕES em seus comentários pois não poderei publicar. Não somos médicas e sim mães. Somente um médico pode receitar medicamentos e às vezes um remédio que é excelente para uma criança não faz efeito em outra podendo causar mais danos do que melhora.
Sei que posso contar com a compreensão e ajuda de vocês.

Obrigada por acreditarem nas minhas palavras e por compartilha-las.

Bj

Vivian Braunstein

PARA REFLETIR

Uma vez Fernanda Montenegro respondeu à Marília Gabriela que ser mãe é não dormir nunca mais. Concordo e acrescento: ser mãe é não parar de se preocupar nunca mais. Toda mãe é um pouco médica para cuidar, um pouco engenheira para construir com Lego, um pouco escritora para inventar histórias na hora de dormir, um pouco professora na hora de ensinar e muito mãe na hora de amar.







quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sexualidade na primeira infância



Ilustração : http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/foto/0,,15368952-EX,00.jpg

Alguns amigos me pediram para escrever sobre a fase do escatológico, principalmente quando os meninos começam a acrescentar ao repertório palavrões além das palavras “bunda, pinto e pum”. Ainda não encontrei explicações satisfatórias, mas esbarrei no tema do início da sexualidade infantil e achei que seria bem interessante comentar. Quanto às escatologias vou pesquisar mais um pouco e semana que vem eu posto.

Segundo Freud, por volta dos 3 anos a criança passa da fase anal aonde aprende a controlar as necessidades fisiológicas, para fase fálica, onde descobre se tem ou não pênis. Trata-se da descoberta da presença ou ausência dele. Com isso surge a diferenciação pelo sexo e o interesse pelo próprio corpo. É uma fase de descobertas que coincide com a fantasia e o faz de conta.

É por volta dos 4 anos que o lúdico e o faz de conta estão no auge, assim como a curiosidade a respeito do próprio corpo. Por isso crianças brincam de família, de personagens e de heróis, independente do gênero, pois se projetam no outro por terem adquirido a consciência de que existe o outro.

Nesta etapa algumas mães ficam preocupadas por seus filhos quererem brincar com bonecas ou suas filhas querem brincar com carrinho ou bola. Pode ser preocupante como pode ser normal. A criança de 4 / 5 anos dramatiza as situações cotidianas e também as absurdas. Num momento o menino é o pai que dá banho no bebê (super normal se o pai dele dá banho nele) e no outro a menina vira a Super Gata ou outra heroína para lidar com os conflitos da idade. Isso não tem nada a ver com desvios de sexualidade.

Capítulo a parte são os bonecos de personagens. Na pesquisa que fiz com 62 famílias de classes A, B, C e D com filhos entre 1,5 a 6 anos, para o trabalho de conclusão do meu MBA, 19% das crianças das classes A e B pedem bonecos de personagens sendo atendidos por seus pais, enquanto 44% das crianças das classes C e D fazem o pedido, mas somente 28% são atendidos. Mesmo assim, são números consideráveis que mostram o quanto a criança de hoje está mais perto de seus personagens preferidos, tendo nos bonecos a materialização da fantasia. Nesta categoria, não existe feminino e masculino, e sim a turma. Qual a graça de brincar só com a Mônica sem o Cebolinha e vice versa ?

O fenômeno do momento no universo infantil masculino é o Ben 10. Sem a Gwen (prima com quem o menino disputa o tempo todo) não há brincadeira completa, assim como não dá para brincar sem os aliens em que ele se transforma. É um conjunto que forma a fantasia e enriquece o repertório.

Alguns psicólogos e pedagogos acabam orientando as mães pelo modelo clássico, e sugerem que se o menino ou a menina tem comportamento ou deseja brinquedos originalmente destinados ao sexo oposto, que ele ou ela seja colocado em maior contato com pessoas e objetos do seu próprio sexo. Concordo parcialmente com isso. Se todo herói tem uma amada, porque o menino não pode ter os dois bonecos ?

Se a maioria das mulheres dirige, porque a menina não pode brincar de carrinho ?

Quando houve a campanha das Meninas Super Poderosas no McDonalds, muitos meninos quiseram e seus pais não deixaram, sem saber que apesar de meninas, são personagens masculinos por serem aventureiras e heroínas. O fato de serem meninas é só um mero detalhe comercial para agradar também ao público feminino.

Vivemos hoje uma mudança nas estruturas comportamentais da sociedade. Quando estudei os contos de fadas encontrei vários psicólogos contra o modelo de mulher frágil e passiva, mas estes mesmos profissionais recriminam a menina que brinca de bola ou gosta de futebol. Se pensarmos pelo lado bom, no mínimo quando ela se casar (com um homem !!!) não haverá briga pelo controle remoto pois os dois assistirão ao futebol sem discussões.

Feminilidade e masculinidade estão ligados a uma orientação saudável e aos hormônios.

Um menino não deixa de ser menino se ao brincar dá banho no bebê ou seu herói tem namorada e uma menina não deixará de ser feminina se gostar de futebol. O que vejo aqui é uma incongruência de idéias. Crianças são crianças e hoje infelizmente isso acaba por volta dos 7 anos quando as meninas já querem ser mulheres.

É preciso levar em conta também que as referências mudaram com mães que trabalham fora e pais mais presentes. Ou seja, os modelos são outros. Educa bem quem percebe isso. A criança é um reflexo da família e se seu filho vê você fazendo alguma coisa vai querer imita-lo. Por isso cabe a nós como pais orienta-lo do que podem ou não fazer. Menino dar banho no bebê pode, passar batom não. Menina jogar bola pode, xingar não. E assim por diante.

Vamos deixar nossos filhos descobrirem seus corpos (o meu levantou a saia de todas as manequins numa loja de departamento para ver se elas tinham bunda – faz parte !!!) e brincarem a vontade.

Acredito muito nesta geração criada com mais consciência e informação. Torço por nossos filhos e que eles, sem preconceitos, possam fazer do mundo um lugar melhor para se viver.

Bjs e boa sorte.

Vivian Braunstein

Um comentário:

  1. gostei muito do post Vivian...sou sua seguidora e sempre passo para conferir as novidades!Já entrei em questão até mesmo com a professora da escola sobre questões parecidas com essa;ela se queixando de que os meninos assistiam a filmes de super heróis,de luta e etc..eu disse a ela:"a questão é,será q eles vão ter q assistir a filmes de Barbie o tempo todo porque não são violentos? e as meninas super poderosas como vc mesma citou?Não podemos esquecer que essa coisa da luta,a competitividade é instintivo do sexo masculino...estando mais de um menino,a coisa se transforma em competição:quem chega primeiro,quem pula mais alto,quem dá o soco mais forte..Cabe a nós,pais,filtrar...como vc disse:pode dar banho no bb (meu filho brinca assim),mas não pode passar batom..(apesar de ele ter tido uma época q queria um,mas as propagandas chamam atençção né?)e por aí vai..
    Espero ter conseguido me expressar!bjos..

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