Prometi para esta semana um post sobre a fase do escatológico, mas ainda não consegui pesquisar o suficiente para escrever. “Sorry mammys”, fica para semana que vem.
Esta semana resolvi falar um pouco sobre um assunto que acho essencial à formação de uma criança: os valores que vem de casa e a escola ou amigos dificilmente conseguirão ensinar a seu filho como você.
Até os 6 ou 7 anos a criança sofre fortes influências de seus pais ou responsáveis, por isso é importantíssimo não só ensinar como também dar o exemplo à respeito de valores, crenças e cidadania. Uma criança que aprende a respeitar o próximo, mesmo numa condição sócio-econômica inferior a dela cresce um adulto mais justo e até mais preparado para o mercado de trabalho, por aprender a conviver com a diversidade de forma justa e equilibrada.
Não vou fazer apologia a nenhuma religião, mas ter fé, acreditar e temer (sem exageros ou fanatismos) também são valores fundamentais. A criança precisa entender que o Natal é muito mais do que ganhar presentes, sem contar que o mito do Papai Noel alimenta a fantasia e reforça a máxima do bem sendo recompensado no final, questão também ilustrada nos contos de fadas. Este tipo de simbolismo existe praticamente em todas as religiões, mas não adianta querer explicar o que é Deus ou outros assuntos mais complexos, pois nesta fase a criança não está neurologicamente preparada para absorver o abstrato, apesar de começar a conviver e se interessar pela morte.
É a partir dos ensinamentos e exemplos vindos de casa que construímos o comportamento futuro de nossos filhos. Se você ensina a não jogar papel no chão, também não jogue, se ensina a escovar os dentes, escove os seus na frete dele, e assim por diante. Para a criança, não só na primeira infância, mas principalmente nela, tudo o que os pais fazem é o correto. Na adolescência surge a fase da contestação de valores, porém na fase adulta estes valores automaticamente voltam, principalmente quando nossos filhos viram pais.
A referência da mãe é muito forte na criação e mães e pais, acabam resgatando os valores de suas mães quando vão educar seus filhos.
Iniciei a conclusão da minha monografia com esta frase, que enxergo como um resumo do nosso comportamento na vida: “O ser humano busca modelos desde o momento que percebe que não é mais uma extensão da mãe até que se transforma, ele próprio, num modelo a ser copiado”. Por isso cuidado com o modelo que mostra para seu filho e com o modelo que está ajudando a construir para ele. Se você grita, ele gritará de volta, se você dá amor, ele lhe retribuirá mesmo entre birras.
Então como ficam os limites? Eles precisam existir também, pois fazem parte da vida. Infelizmente ou felizmente ninguém pode sair por aí fazendo o que quer. Acho que colocar limites é a parte mais difícil da educação, mas é necessário e a criança entende que a bronca, o castigo, a negociação também são formas de amor.
Acho triste ver meninas de 8 ou 9 anos andando na rua ao lado da mãe com sapato de bico fino e salto alto e com maquiagem no rosto. Ser feminina e vaidosa é muito legal, mas tudo tem sua hora e a mãe precisa saber dizer que não é nesta idade que se usa este tipo de sapato ou de maquiagem. São momentos pontuais como estes que fazem a diferença sobre a segurança e auto-estima da pessoa na fase adulta.
Resumindo, dê o bom exemplo, ensine seu filho a respeitar os outros, a acreditar em algo, e a respeitar a cidade, o país e o mundo aonde vive. Ensine-o a usar com sabedoria os recursos naturais para que a vida continue como ele a conhece. Diga-lhe com firmeza que aquele não é o momento ou que aquele é o momento.
Está em nossas mãos transformar o mundo num lugar melhor para se viver, basta passarmos para os nossos filhos os valores em que acreditamos.
Bjs e boa sorte
Vivian Braunstein
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