Esta semana começaram as aulas na maioria das escolas particulares, o que foi um alívio para muitas mães, que já não sabiam mais o que fazer com seus filhos nas férias, mas um momento de angústia para outras tantas que estão colocando seu filho / filha na escola pela primeira vez. Aparecem muitas dúvidas quanto à idade certa, se a escolha da escola foi adequada, qual melhor período – manhã ou tarde, se sua criança irá se adaptar. Tantas dúvidas são normais e parte do aprendizado de ser mãe / pai. De todas as dúvidas somente uma tem resposta exata: Com certeza de uma forma ou de outra, em maior ou menor tempo seu filho / filha irá se adaptar e ser feliz.
Quanto às outras dúvidas, as respostas são relativas e cada criança / família tem um verdade diferente que condiz com sua realidade de vida. Então vamos às opções:
A idade certa – É comum encontrar na literatura pedagógica, a afirmação de que a idade ideal para uma criança ingressar na escola é 3 anos, quando se inicia o processo de triangulação (Édipo) e a relação dual mãe-filho (a) começa a dar espaço à socialização. Era assim antigamente; as escolas só aceitavam crianças acima desta idade. Abaixo disso só na creche, aonde nem sempre havia professoras e pedagogas e sim berçaristas. Hoje, guardando todo o respeito a Piaget, Winnicott e tantos outros que são referencias na educação, a vida das famílias mudou: a maioria das mães trabalha fora e precisa voltar da licença maternidade quando seu bebê tem entre 5 e 6 meses, o acesso à informação está mais fácil (televisão e Internet) e as crianças mais “espertas”. Isso fez com que muitas creches se profissionalizassem para receber esses bebês e a maioria das escolas mudasse a idade mínima para 1,5 anos ou quando a criança já sabe andar. Não sei dizer se a criança está preparada para se separar da mãe nessa idade, mas é certeza que as professoras e orientadoras estão preparadas para esse período de transição – pelo menos nas escolas sérias e preocupadas com a formação individual.
A escolha da escola – Em todas as grandes cidades existe um elevado número de boas escolas. Talvez a maior dúvida seja colocar a criança na “escolinha” (que abrange somente a pré-escola) ou na escola completa (que vai até o ensino fundamental ou médio). As duas opções têm seus prós e contras.
Na escolinha a vantagem está no tamanho menor dos espaços, o que favorece a transição casa-escola, deixando automaticamente o ambiente mais acolhedor. É importante lembrar que a criança tem uma percepção de escala diferente dos adultos e tudo parece maior do que é, podendo gerar desconforto. A desvantagem está no final do curso, onde a criança é obrigada a mudar de escola com 5 anos quando já estabeleceu vínculos. Nesta idade a adaptação em uma nova escola é um pouco mais difícil, pois a criança já possui referencias (do espaço, das “tias”, dos amiguinhos).
Na escola completa as vantagens e desvantagem são o oposto. Um espaço muito grande pode parecer assustador num primeiro momento, mas os vínculos permanecem após o pré.
A escolha tem que ser muito discutida e analisada pelos pais, que devem priorizar o conforto de seus filhos. Criança expansiva tem facilidade de adaptação em qualquer espaço e podem precisar de um grupo maior de amiguinhos para se relacionar, já crianças retraídas podem demorar mais para se adaptar numa escola muito grande preferindo um grupo de referência mais seleto. O importante é que a filosofia da escola seja compatível com o modelo de educação que se usa dentro de casa. Pais liberais não devem por seus filhos em escolas com regras disciplinares muito rígidas, achando que a escola “dará um jeito” em seu filho / filha, porque não funciona. Isso só confundirá a cabecinha de seu filho / filha. O mesmo vale para o inverso e para a escolha do método adotado pela escola. Não vou discutir aqui se o método Montessori é melhor do que Waldorf e assim por diante. Isso deve ser estudado com cuidado pelos pais que precisam analisar qual método é compatível com sua forma de pensar e viver.
Qual período adequado – Este também é um critério que deve partir das características da criança. Se seu filho acorda cedo, é melhor ir à escola de manhã, já se acorda tarde, o período vespertino é o mais indicado. Vou deixar aqui a minha opinião, independente do embasamento teórico que sempre uso para discutir qualquer assunto. Prefiro o período manhã, pois todas as nossas ações na vida adulta resultam de nossos condicionamentos na infância (isso é teoria do comportamento), por isso se vamos ter que acordar cedo por pelo menos 30 anos para trabalhar é melhor ser condicionado desde cedo. Outro fator é o do horário do sono. Se seu filho / filha acorda tarde, automaticamente dormirá tarde e caímos no problema de por na cama para dormir. É claro que existem exceções. Conheço crianças que acordam cedo e dormem tarde e vice-versa, mas no geral o número de horas de sono por faixa etária está num mesmo intervalo em termos de quantidade de horas.
Bom, o recado que gostaria de deixar é que independente das escolhas feitas, a ida à escola pela primeira vez é uma conquista importante na autonomia infantil e deve ser prazerosa. O essencial é que os pais transmitam tranqüilidade a seus filhos, mostrando que eles são indivíduos e que estão aptos a seguirem em suas vidas. A pré-escola ajudará no desenvolvimento e na socialização de seu filho / filha além de ensinar as “matérias”. Lembrem-se uma criança nesta fase não tem referências passadas a não ser aquelas demonstradas por seus pais. Se você teve problemas na escola, não ache que seu filho / filha também terá. Ajude-o a construir a sua própria história de forma saudável e feliz.
Beijos e boa sorte
Vivian Braunstein
Quanto às outras dúvidas, as respostas são relativas e cada criança / família tem um verdade diferente que condiz com sua realidade de vida. Então vamos às opções:
A idade certa – É comum encontrar na literatura pedagógica, a afirmação de que a idade ideal para uma criança ingressar na escola é 3 anos, quando se inicia o processo de triangulação (Édipo) e a relação dual mãe-filho (a) começa a dar espaço à socialização. Era assim antigamente; as escolas só aceitavam crianças acima desta idade. Abaixo disso só na creche, aonde nem sempre havia professoras e pedagogas e sim berçaristas. Hoje, guardando todo o respeito a Piaget, Winnicott e tantos outros que são referencias na educação, a vida das famílias mudou: a maioria das mães trabalha fora e precisa voltar da licença maternidade quando seu bebê tem entre 5 e 6 meses, o acesso à informação está mais fácil (televisão e Internet) e as crianças mais “espertas”. Isso fez com que muitas creches se profissionalizassem para receber esses bebês e a maioria das escolas mudasse a idade mínima para 1,5 anos ou quando a criança já sabe andar. Não sei dizer se a criança está preparada para se separar da mãe nessa idade, mas é certeza que as professoras e orientadoras estão preparadas para esse período de transição – pelo menos nas escolas sérias e preocupadas com a formação individual.
A escolha da escola – Em todas as grandes cidades existe um elevado número de boas escolas. Talvez a maior dúvida seja colocar a criança na “escolinha” (que abrange somente a pré-escola) ou na escola completa (que vai até o ensino fundamental ou médio). As duas opções têm seus prós e contras.
Na escolinha a vantagem está no tamanho menor dos espaços, o que favorece a transição casa-escola, deixando automaticamente o ambiente mais acolhedor. É importante lembrar que a criança tem uma percepção de escala diferente dos adultos e tudo parece maior do que é, podendo gerar desconforto. A desvantagem está no final do curso, onde a criança é obrigada a mudar de escola com 5 anos quando já estabeleceu vínculos. Nesta idade a adaptação em uma nova escola é um pouco mais difícil, pois a criança já possui referencias (do espaço, das “tias”, dos amiguinhos).
Na escola completa as vantagens e desvantagem são o oposto. Um espaço muito grande pode parecer assustador num primeiro momento, mas os vínculos permanecem após o pré.
A escolha tem que ser muito discutida e analisada pelos pais, que devem priorizar o conforto de seus filhos. Criança expansiva tem facilidade de adaptação em qualquer espaço e podem precisar de um grupo maior de amiguinhos para se relacionar, já crianças retraídas podem demorar mais para se adaptar numa escola muito grande preferindo um grupo de referência mais seleto. O importante é que a filosofia da escola seja compatível com o modelo de educação que se usa dentro de casa. Pais liberais não devem por seus filhos em escolas com regras disciplinares muito rígidas, achando que a escola “dará um jeito” em seu filho / filha, porque não funciona. Isso só confundirá a cabecinha de seu filho / filha. O mesmo vale para o inverso e para a escolha do método adotado pela escola. Não vou discutir aqui se o método Montessori é melhor do que Waldorf e assim por diante. Isso deve ser estudado com cuidado pelos pais que precisam analisar qual método é compatível com sua forma de pensar e viver.
Qual período adequado – Este também é um critério que deve partir das características da criança. Se seu filho acorda cedo, é melhor ir à escola de manhã, já se acorda tarde, o período vespertino é o mais indicado. Vou deixar aqui a minha opinião, independente do embasamento teórico que sempre uso para discutir qualquer assunto. Prefiro o período manhã, pois todas as nossas ações na vida adulta resultam de nossos condicionamentos na infância (isso é teoria do comportamento), por isso se vamos ter que acordar cedo por pelo menos 30 anos para trabalhar é melhor ser condicionado desde cedo. Outro fator é o do horário do sono. Se seu filho / filha acorda tarde, automaticamente dormirá tarde e caímos no problema de por na cama para dormir. É claro que existem exceções. Conheço crianças que acordam cedo e dormem tarde e vice-versa, mas no geral o número de horas de sono por faixa etária está num mesmo intervalo em termos de quantidade de horas.
Bom, o recado que gostaria de deixar é que independente das escolhas feitas, a ida à escola pela primeira vez é uma conquista importante na autonomia infantil e deve ser prazerosa. O essencial é que os pais transmitam tranqüilidade a seus filhos, mostrando que eles são indivíduos e que estão aptos a seguirem em suas vidas. A pré-escola ajudará no desenvolvimento e na socialização de seu filho / filha além de ensinar as “matérias”. Lembrem-se uma criança nesta fase não tem referências passadas a não ser aquelas demonstradas por seus pais. Se você teve problemas na escola, não ache que seu filho / filha também terá. Ajude-o a construir a sua própria história de forma saudável e feliz.
Beijos e boa sorte
Vivian Braunstein
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