COMENTÁRIOS

Queridas mãe,

É sempre um prazer receber e compartilhar seus comentários à respeito dos post x suas experiências e dúvidas, todos sempre são publicados com muito orgulho, mas peço um enorme favor : NÃO MENCIONEM MEDICAÇÕES em seus comentários pois não poderei publicar. Não somos médicas e sim mães. Somente um médico pode receitar medicamentos e às vezes um remédio que é excelente para uma criança não faz efeito em outra podendo causar mais danos do que melhora.
Sei que posso contar com a compreensão e ajuda de vocês.

Obrigada por acreditarem nas minhas palavras e por compartilha-las.

Bj

Vivian Braunstein

PARA REFLETIR

Uma vez Fernanda Montenegro respondeu à Marília Gabriela que ser mãe é não dormir nunca mais. Concordo e acrescento: ser mãe é não parar de se preocupar nunca mais. Toda mãe é um pouco médica para cuidar, um pouco engenheira para construir com Lego, um pouco escritora para inventar histórias na hora de dormir, um pouco professora na hora de ensinar e muito mãe na hora de amar.







sábado, 27 de março de 2010

Isabella Nardoni

Fonte : http://centraldenoticias.files.wordpress.com/2008/04/isabella.jpg

Hoje de madrugada o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram condenados pelo assassinato de Isabella, filha dele com Ana Carolina de Oliveira. O caso faz pensar não somente na justiça feita brilhantemente pelo júri popular, mas também na forma como as famílias vêm se articulando nos dias de hoje.

Mais comum do que se imagina, a figura da madrasta é normal em vários lares brasileiros, e faz pensar se uma mulher consegue criar como seu o filho de outra mãe presente. Diferente da adoção onde ambos os pais desejam um filho que não podem ter por motivos biológicos, a madrasta recebe no pacote filhos que talvez não deseje.

A mídia noticiou que Anna Jatobá tinha ciúmes, e pela reconstituição da polícia ela foi a agressora que causou o desfalecimento da menina, que culminou no assassinato.

A sociedade precisa desmistificar a máxima de que toda mulher nasceu para ser mãe. Conheço mulheres que são péssimas mães e não fazem questão de mudar isso, como também conheço mulheres que dariam mães maravilhosas, mas não tem oportunidade para ser.

Uma coisa é certa, cuidar de criança não é nada fácil. Lindas e fofinhas, são pessoas em busca de espaço e os pais são a primeira “barreira” nesta conquista. Sem maturidade para lidar com a situação, enfrentam e provocam muitas vezes tirando do sério adultos que também não têm maturidade e preparo para lidar com a situação. Talvez tenha sido este o caso da família Nardoni.

Não os defendo, muito pelo contrário, acho justíssima a condenação, mas acho que além da sensação social de justiça feita, este caso deviria servir de exemplo e reflexão. Vai além da discussão sobre bater para educar, que alimentou a mídia há dois anos, e deve nos fazer pensar em como as relações atuais estão mudando toda a estrutura familiar e em como nós pais vamos lidar com isso daqui para frente.

Quando um adulto aceita casar-se com alguém que já tem filhos precisa preparar-se para isto. Na cabeça da criança, pai e mãe deveriam morar na mesma casa, por isso além das atitudes de oposição normais da idade, a criança certamente direcionará sua frustração para madrasta ou padrasto. Sem contar a imagem enraizada da vilã dos contos de fadas, criada para preservar a imagem da mãe. Às vezes é preciso auxílio profissional de um psicólogo para entender como não cair no jogo da criança.

No fundo faltou jogo de cintura para Anna Jatobá e Alexandre Nardoni ao lidarem com Isabella, o que culminou numa tragédia que talvez pudesse ter sido evitada.

Conheço outras mulheres que cuidam dos filhos do primeiro casamento do marido e todas tem a mesma reclamação de que as crianças as enfrentam e as desafiam, pois vem com outros costumes da casa da mãe, ou dizem que vem.

Sempre enfatizo a dificuldade de criar uma criança, ouço sempre mães reclamando, e a influência externa é cada vez mais forte (amigos de escola, TV, internet). Por isso paciência (às vezes difícil de ter) ainda é o maior remédio.

Uma madrasta nunca substituirá a figura materna na cabeça da criança, e isso deve ficar claro para ela e para criança. Não dá para exigir que a criança goste mais dela do que da mãe (por pior que a mãe seja), mas é possível acomodar a situação de forma harmônica se as pessoas tiverem consciência de seu papel dentro da estrutura familiar.

A madrasta deve se comportar como a professora da escola, auxiliando na educação com carinho e sendo firme quando necessário. Não deve esperar que a criança que não é sua e que tem mãe presente a considere como mãe. Nós temos pensamentos e sentimentos complexos, mas as crianças não. Na primeira infância, a ligação com a mãe é muito forte, e não será quebrada por mais que a mãe biológica pise na bola.

No geral, não devemos jogar nossas expectativas e frustrações em nossas crianças. Elas precisam de orientação, mas também precisam de espaço, por isso exigir sentimentos e comportamentos incompatíveis com sua personalidade e características é se frustrar e frustrar a criança.

Se o casal Nardoni entendesse Isabella como ela era, percebendo que no fundo ela não aceitasse a situação de outra família, ou fizesse birra para chamar atenção, ou se Anna Jatobá não fosse tão egocêntrica e respeitasse o fato da filha do marido ter uma mãe que amava e que ela como madrasta deveria complementar a educação da menina e não substituir a mãe, talvez esta tragédia tivesse sido evitada.

Que fique a lição para todos nós de que uma criança é uma pessoa em desenvolvimento que precisa ser entendida e respeitada e que a falta de compreensão, pode levar a uma situação irremediável.

Força Ana Carolina de Oliveira (mãe de Isabella).

Bjs e boa sorte

Vivian Braunstein

3 comentários:

  1. Excelente reflexão sobre o caso. A pena foi pequena, considerando a frieza do casal. Realmente temos que ter controle, paciência e tolerância com as crianças (sendo ou não nossos filhos).

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  2. Oi Jaques, nada justifica o que fizeram. Criança dá trabalho, mas precisa de amor e atenção e não de violência e intolerância. Bjs

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  3. Mto bom Vi!!
    Que dor pra esta mãe, pq nada trará sua filha de volta. me coloco em seu lugar, chorei mto nessa semana, mas só quem vive sabe o que é.
    Acredito que o maior castigo para a Jatobá é não ver seus filhos crescerem. Se é que ela se importa com isso...

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