Há algum tempo recebi o e-mail da Giovanna da Edelman, agência de comunicação da Symantec sobre uma pesquisa realizada pela “Norton Online Living Report - realizada em 12 países e que aborda, além de outros assuntos, o comportamento das crianças e jovens na Internet e o que os pais fazem para acompanhar suas vidas virtuais”. Achei a pesquisa interessante e me comprometi a falar sobre o assunto quando tivesse mais tempo para me aprofundar sobre o tema.
A internet vem chamando atenção de vários pesquisadores e profissionais de diversas áreas que atuam junto ao público infantil, inclusive dos pais por ser um elemento cotidiano para a criança moderna. Por isso é interessante entender como é este relacionamento.
A internet entra na vida da criança por volta dos 3 anos quando ela começa a interagir com os sites dos canais de desenho e com os sites de atividades on-line. Mais tarde, quando já tem idade para entender, começa a fazer pesquisas escolares, aprimorar-se nos joguinhos e a participar de redes sociais como Orkut, MySpace, Facebook, Twitter e outros, mesmo que estas redes só sejam permitidas para maiores de 18 anos.
Isso faz com que seja mais “antenada” rompendo as barreiras espaciais, ou seja, uma criança de Porto Alegre pode ser a melhor amiga virtual de uma de Manaus, sem problema nenhum. O uso da internet é um problema? Pelo que pesquisei, depende dos pais.
É comum que os pais acompanhem o que seus filhos fazem na rede enquanto são pequenos, mas vão “soltando as rédeas” à medida que crescem. Esse é um sinal de confiança extremamente saudável, mas e a intenção dos outros com quem seu filho se relaciona?
Vamos por partes então. O uso da Internet é ou não saudável:
Quando a criança é pequena – É saudável, desde que não seja exagerado, porque a criança só entra em sites em que os pais confiam. Os benefícios dos jogos on-line são o treino do raciocínio, da atenção e da coordenação motora. A exposição demasiada pode causar, no futuro, problemas de LER (lesão por esforço repetitivo) e cansaço nas vistas, porque muitas vezes esquecemos de piscar quando estamos muito concentrados.
Quando a criança é twin (pré-adolescente) – Depende. Essa é a idade das descobertas e do abandono da infância (particularmente acho mais difícil que a adolescência). Mesmo sendo moderadamente vigiados pelos pais são movidos pela curiosidade. É benéfico quando utilizam a rede para pesquisas escolares e para satisfazerem a curiosidade sobre conhecimentos gerais, mas ao mesmo tempo é perigoso porque muitos acabam se expondo demais nas comunidades virtuais.
Como estão em busca de afirmação, aceitam amigos que não conhecem, colocam fotos chamativas e falam sobre seus sentimentos, fornecendo todas as informações para pessoas mal intencionadas. A melhor forma de “vigiar” o que seu filho faz na rede é sendo amigo dele nas redes sociais em que participa, sem contundo constrange-lo. Lembre-se essa é a fase onde os amigos são o máximo e você vira o “mico”. Aqui também vale a observação sobre os problemas de exposição demasiada na frente do computador.
Adolescentes – Jovens usam a internet para fazer trabalhos escolares, mas principalmente para jogar e se comunicar, o que é bom. O problema nesta fase é que muitos jovens passam tempo demais na frente do computador, o que não é saudável, tanto do ponto de vista físico, como do ponto de vista psicológico. Fazer amigos virtuais é legal, mas se o jovem não sai de casa, não encontra outros jovens, não aprende a se relacionar a não ser através da internet, ou seja, protegido pelo escudo da invisibilidade, não aprende a lidar com as frustrações pertinentes a esta fase do crescimento. Na puberdade tudo é difícil, tudo é “over”, pois é a fase da ebulição dos hormônios e pode parecer mais fácil relacionar-se através da internet.
Existem coisas que todo indivíduo precisa passar e superar para adquirir maturidade e chegar à fase adulta bem resolvido. Ter problemas de relacionamento na juventude faz parte deste crescimento. Gostar de quem não gosta de você, dar um fora em alguém, brigar com o melhor amigo para depois fazer as pazes, hostilizar e ser hostilizado, ter espinhas no rosto, usar aparelho, não ganhar a roupa da marca, juntar mesada para comprar a roupa de marca que a mãe não comprou, são comportamento comuns da adolescência que devem ser experimentados ao vivo e não on-line.
Sou uma pessoa extremamente favorável às tecnologias, mas existem coisas que a internet nunca substituirá como ler um bom livro (de papel), assistir a um filme de comédia (no cinema) e conversar com amigos (na hora do recreio ou na porta da escola).
Assim como a televisão, a internet faz parte de nossas vidas. Sem sombra de dúvida é uma ferramenta poderosa e importante para a comunicação e conhecimento, mas o que não dá, é para deixar os filhos totalmente livres nessa selva cibernética sob o risco deles se perderem. Temos que aprender a acompanhar o que eles fazem na net e talvez assim seja um pouco mais fácil protege-los.
Caso tenha curiosidade em conhecer a pesquisa da Norton, acesse o link :
www.sabbre.com.br/nolr
Bjs e boa sorte
Vivian Braunstein