Muitas mães (de meninas e meninos) comentam da dificuldade de tirar a fralda do cocô. Mesmo que a criança já use calcinha ou cueca pede para fazer na fralda, ou segura até passar mal. Se você é uma dessas mães, bem vinda ao clube. De tanto passar por isso fui investigar e descobri que o motivo pode não ser só para chamar minha atenção como vários psicólogos já me falaram.
Vamos começar do início. A maioria das mães, inclusive eu, tiram a fralda quando a criança começa a avisar que vai fazer xixi, por volta dos 2 anos, por achar que ela está preparada para controlar tudo da cintura para baixo. Pois descobri, tarde demais, diga-se de passagem, que se deve tirar primeiro a fralda do cocô, ou seja, treinar a criança a usar o penico primeiro para a evacuação das fezes para depois ensina-la a controlar a urina. Fica a dica para quem está começando o desfralde.
E se a retenção ou evacuação na fralda não é só um problema psicológico, de querer chamar atenção ou falta de aprendizado, o que poderia ser? Prisão de ventre.
Na criança a prisão de ventre não significa somente falta de evacuação e sim a dificuldade em evacuar, porque ela precisa esforçar-se para fazê-lo. Segundo Sofia Benini[1] “a constipação intestinal, ou prisão de ventre, acomete quase 30% das crianças de 1 a 12 anos, segundo dados da UFRJ, e representa o motivo de 3% das consultas pediátricas em geral”. Muitas vezes a criança sente-se mais confortável fazendo em pé e por isso não quer deixar a fralda.
Segundo especialistas, os sintomas abaixo são sinais de prisão de ventre:
1. Força para evacuação seguida ou não de dor
2. Fezes endurecidas, ressecadas e aumentadas
3. Longos intervalos de evacuação maiores do que 24h, ou seja, dois a três dias, o que faz com que a criança faça menos de 3 cocôs por semana.
4. Pequenos sangramentos junto com as fezes ou no momento da limpeza.
5. Mais de um escape de pouca quantidade de cocô líquido parecido com diarréia, mas que se deve às fezes endurecidas no intestino.
6. Criança que segura o cocô por medo da dor, do sangramento ou da sujeira (do cocô e/ou do banheiro).
A prisão de ventre pode ser momentânea ou crônica. No primeiro caso acontece devido às mudanças alimentares por causa de alterações na rotina como viagens, estadia prolongada na casa de parentes, ausência de um dos pais ou pela ingestão de certos medicamentos. Muitas vezes o motivo da retenção que leva a prisão de ventre pode estar associado ao vaso sanitário de um local diferente ao da casa, o que leva a criança a reter as fezes endurecendo-as e provocando a dor. É um condicionamento que precisa ser revertido. Por exemplo: uma vez que ela reteve as fezes por ter medo do vaso sanitário marrom (enquanto o da sua casa é branco) e sentiu dor, ela poderá associar o fazer cocô a dor, e manterá a postura de retenção. A pressão dos pais para que ela faça pode piorar a situação, fazendo-a imaginar que fazer cocô é a pior coisa do mundo, pois o vaso parece um monstro, a barriga e o bumbum doem e o papai e mamãe brigam com ela por causa disto. Neste caso use de subterfúgios lúdicos. Eu “chamei” a fada do cocô, que com seu pozinho mágico ajudou meu filho a fazer. (parênteses – amo as fadas, elas são as maiores aliadas das mães nos momentos de aperto – fecha parênteses)
Quando os sintomas são crônicos, eles aparecem gradualmente e podem ser causados por alimentação pobre em fibras ou muito protéica, por constituição física (intestino muito longo ou muito curto), hereditariedade ou por doenças como raquitismo e desnutrição. A pressão dos pais no desfralde também pode causar prisão de ventre crônica. Neste caso é essencial a análise de um médico.
Em qualquer um dos casos, a alimentação é a melhor aliada. Abaixo alguns alimentos a serem evitados e outros a serem acrescidos na dieta de crianças com prisão de ventre:
Evitados :
Banana, maçã, arroz, goiaba, frutas verdes, alguns leites em pó, alguns achocolatados.
Acrescentados:
Alimentos ricos em fibra, legumes verde escuros, ameixa, uva passa, castanhas (caju, nozes, portuguesa), Iogurte.
No mais faça o momento do cocô parecer uma brincadeira. Deixe livros, brinquedos e massinha no banheiro para que seu filho/a se distraia e encare o momento como algo legal e não como um castigo.
Bjs e boa sorte.
Vivian Braunstein
http://revistapaisefilhos.terra.com.br/htdocs/index.php?id_pg=121&id_txt=2722&break=1
Fonte:http://falamamae.com/tag/coco
Gonsalves, Paulo Eiró – Tudo sobre a criança: perguntas e respostas. São Paulo: IBRASA, 2003.
Warren, Penny. Kelly, Paula – Tirar a fralda sem choro e sem trauma. São Paulo: Ground, 2008.
Fonte:http://falamamae.com/tag/coco
Gonsalves, Paulo Eiró – Tudo sobre a criança: perguntas e respostas. São Paulo: IBRASA, 2003.
Warren, Penny. Kelly, Paula – Tirar a fralda sem choro e sem trauma. São Paulo: Ground, 2008.